Modelo híbrido de trabalho deve continuar em 2022

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São Paulo, SP 21/1/2022 – Empresas que investem em programas e treinamentos de inteligência e mentalidade global formam líderes fortes e com capacidade adaptativa.

A tendência verificada em 2021 e que começou por causa da pandemia de Covid-19 deve permanecer neste ano, segundo consultoria em RH. Aliado ao trabalho remoto, o modelo exige que líderes tenham a chamada inteligência cultural e mentalidade global.

Um levantamento da consultoria em Recursos Humanos Robert Half com 387 recrutadores mostrou que o trabalho remoto alternado com o presencial, também conhecido como modelo híbrido de trabalho, continua como forte tendência entre as corporações para este ano. Do total de recrutados entrevistados, 48% disseram que o modelo continua em 2022, contra 38% que declararam voltar ao presencial.

A Robert Half também averiguou que a tendência do modelo híbrido é válida também para as contratações. Pelo menos 71% dos gestores de RH entrevistados afirmaram que o processo de recrutamento vai seguir o formato híbrido. Já os que afirmaram continuar com o modelo remoto neste ano somaram 3% dos entrevistados.

A possibilidade de trabalho remoto, tendência que aumentou na pandemia, garantiu mais possibilidades de contratação, inclusive de profissionais residentes em outras cidades e até em outros países. Nesse cenário, os líderes acabaram tendo que se adaptar e promover a inclusão de novas bases culturais trazidas com a entrada de novos colaboradores, desafio que exige duas características importantes para os gestores: inteligência cultural e mentalidade global.

De acordo com a professora Katia Mayumi Kushano, que há cinco anos pesquisa características de líderes globais, as duas habilidades são vitais para os gestores que atuam em empresas conectadas com as necessidades deste século. “Empresas que investem em programas e treinamentos de inteligência e mentalidade global formam líderes fortes e com capacidade adaptativa. Os treinamentos fornecem aos participantes ferramentas que permitem que eles avaliem sua própria cultura e entendam outras culturas sob diferentes perspectivas”, informa.

Ela explica que a inteligência cultural, por exemplo, auxilia os líderes no desafio de recrutar e reter talentos em contextos globais. “Segundo os principais autores nesse tema, a capacidade de se adaptar eficazmente a ambientes interculturais pode ser otimizada seguindo um ciclo de quatro etapas de inteligência cultural, que são: motivação, informação, estratégia e ação”, comenta.

Já a mentalidade global, ressalta Kushano, engloba a consciência cultural e disposição para aprendizados e adaptações. Capital intelectual, psicológico e social são as habilidades que os profissionais com essa característica precisam desenvolver. “No âmbito intelectual, temos o conhecimento geral e visão cosmopolita. No âmbito psicológico, a curiosidade, a disposição para aprender e a paixão pelo novo. E no âmbito social temos a empatia, a diplomacia e a habilidade de construir relacionamentos saudáveis”, ressalta a pesquisadora.

Trabalho híbrido: home office deve ocorrer pelo menos durante três vezes na semana

Pesquisa da consultoria KPMG apontou que 85% das empresas consultadas entre julho e agosto de 2021 afirmaram que vão variar entre home office e trabalho presencial neste ano. Na ocasião, 29% dos gestores informaram que vão manter o trabalho remoto por pelo menos três dias da semana, mesmo com a vacinação dos funcionários.

A consultoria também questionou os empresários sobre o aumento dos espaços físicos reduzidos durante os primeiros dois anos de pandemia. Pelo menos 39% dos entrevistados disseram que deverão manter essa redução neste ano. Já para quem estava planejando a volta aos escritórios, 51% afirmaram que o aparecimento de novas cepas do coronavírus afetou o cronograma de retorno. 

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