Bancos públicos podem financiar R$ 440 bi em investimentos do novo PAC
"Não podemos repetir o milagre brasileiro, em que a economia chegava a crescer 14% ao ano e o povo continuava miserável" - Presidente da República
Os bancos públicos podem financiar em até R$ 440 bilhões os investimentos previstos pelo novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), lançado pelo Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, nesta sexta-feira, 11. O número foi anunciado pelo presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, em cerimônia que reuniu, no Theatro Municipal do Rio de Janeiro, 36 ministros e 23 governadores.
O valor supera em quase R$ 80 bilhões o inicialmente previsto no desenho do PAC. “Nossa responsabilidade é financiar R$ 362 bilhões, mas temos garantidos R$ 440 bilhões para financiar o PAC”, afirmou Mercadante. O Programa de Aceleração do Crescimento tem investimento total previsto de R$ 1,7 trilhão, aí inclusos R$ 612 bi em investimentos privados, R$ 371 bi do Orçamento Geral da União e R$ 343 bi em investimentos de empresas estatais, com destaque para a Petrobras.
“Os bancos públicos têm um papel fundamental. Só as forças de mercado não podem responder à crise climática e aos desafios de industrialização do Brasil. É preciso uma parceira criativa, uma nova relação Estado-mercado, capaz de induzir o investimento privado”, avaliou o presidente do BNDES, discursando, na cerimônia, em nome do conjunto de bancos públicos brasileiros.
“Investimento público atrai investimento privado”, concordou, em sua intervenção, o vice-presidente da República, Geraldo Alckmin, que também comanda o Ministério do Desenvolvimento, Industria, Comércio e Serviços (MDIC). O MDIC lançou, em julho, a Nova Política Industrial, que, segundo Mercadante, compõe, com o novo PAC e o Plano de Transição Ecológica (lançado, durante a cerimônia, pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad) “o tripé que mudará a qualidade da política pública brasileira”.
Mercadante disse que a expectativa é de que o BNDES chegue ao final do governo com o dobro do seu tamanho atual, de aproximadamente R$ 100 bilhões desembolsados ao ano. “Queremos chegar a R$ 200 bilhões, que é o nosso perfil histórico. Isso significaria que o BNDES teria, nesse período, R$ 600 bi em crédito para desenvolver a economia, financiar o novo PAC, a Política Industrial e o Plano de Transição Ecológica”.
Encerrando o evento, o presidente Lula afirmou que os investimentos induzidos pelo Programa buscam induzir não apenas o crescimento econômico, mas também o bem-estar social. “Não podemos repetir o milagre brasileiro, em que a economia chegava a crescer 14% ao ano e o povo continuava miserável”, alertou o presidente da República.