Investidores querem reduzir riscos para manter apostas nas startups

Busca por Background Check e Technical Due Diligence cresce enquanto empresas emergentes batem recordes no volume de aportes recebidos

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Ao acumular cerca de R$ 12,7 bilhões aplicados em 207 negócios envolvendo startups de tecnologia somente nos primeiros quatro meses de 2021, de acordo com um relatório do hub de inovação Distrito, os investidores brasileiros demonstraram um apetite inédito por empresas emergentes. Afinal, este montante representa 66% do valor registrado durante todo o ano passado. Mas esta movimentação não significa que eles estão dispostos a correr riscos desnecessários ao escolherem as iniciativas nas quais irão aportar seus recursos no futuro. Neste sentido, cresce a procura por ferramentas que aperfeiçoam as análises e permitem elevar o nível de assertividade nestas escolhas, como são os casos do Background Check e Technical Due Diligence.

A Kronoos, plataforma de compliance que realiza pesquisas em mais de 2.500 fontes para conferir a idoneidade de pessoas e empresas, afirma ter detectado um crescimento de 20% na carteira de clientes e 45% no faturamento durante o primeiro trimestre deste ano por conta da maior procura por background check, principalmente nos setores de operações societárias e  bancos de investimento nos últimos meses. Baseada em tecnologias de ponta para mineração de dados e crawling, o sistema consegue apontar com precisão o envolvimento de determinada empresa, seus sócios ou familiares, em casos de fraudes, corrupção, lavagem de dinheiro, terrorismo, crimes ambientais ou emprego de mão de obra escrava e infantil.

A utilização de métodos e ferramentas tecnológicas avançadas para mitigar riscos tem auxiliado cada vez mais nas tomadas de decisões dos investidores. Se antes eles se contentavam apenas com o encantamento por uma ideia brilhante, agora o profissionalismo está imperando em todos os sentidos e as ações preventivas dificilmente são deixadas de lado.

Este aquecimento da procura também foi detectado pelo CESAR, um dos maiores centros de inovação do país. A instituição desenvolveu uma metodologia de Technical Due Diligence (TDD) que já resultou em uma parceria com o BR Angels, uma das maiores associações de investimento-anjo do país, composta por executivos seniores de grandes companhias.

Para avaliar a maturidade tecnológica das startups, o instrumento analisa aspectos ligados a seis temas que são: Arquitetura, Infraestrutura, Pessoas, Processos, Propriedade Intelectual e  Roadmap. Cada um destes eixos é avaliado por vários critérios de acordo com a aderência e no final é emitido um conceito numa escala na qual a nota 1 representa pouca aderência e 5 muita aderência.

Para o diretor do CESAR Labs, Augusto Galvão, a disseminação de ferramentas como o TDD não beneficia somente aos investidores, mas também ajuda a fomentar o desenvolvimento de uma grande rede de startups consideradas maduras do ponto de vista tecnológico. “Com uma infindável variedade de caminhos a seguir, investidores e empreendedores de startups precisam se assegurar a todo tempo de estarem fazendo as melhores escolhas para não criar empecilhos inesperados nas jornadas para o crescimento”, diz.

Romulo Perini, sócio-diretor da Play Studio, consultoria de inovação e venture builder que apoia empreendedores no seu processo de crescimento, chama a atenção ainda para o fato de que os investidores também estão avaliando com muito mais cuidado aspectos relacionados com o modelo de negócios e a robustez da estratégia das startups nas quais pretendem investir.

“Para ter maior clareza sobre as reais possibilidades do crescimento de um negócio, eles estão buscando o suporte em especialistas como o time da Play para investigar aspectos como vantagem relativa da solução oferecida, complexidade do negócio, estratégia de crescimento, alavancas financeiras e outros. Cada vez mais se solidifica o consenso de que não basta ser inovador; é preciso que a inovação esteja conectada com as necessidades do usuário e que haja uma cultura forte de experimentação e aprendizado, usando a maior fortaleza das startups que é a flexibilidade”, conclui.

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