Desmatamento ilegal interfere diretamente na vida de todos os seres vivos

São Paulo -SP 11/10/2021 – O desmatamento é responsável por 10 a 15% das emissões anuais de gases de efeito estufa do mundo.

As florestas desempenham um papel crucial para o planeta porque absorve e concentra o carbono que, de outra forma, estaria na atmosfera.

A degradação ambiental ocorre há anos, e cada vez mais se constata como esse descaso com as florestas interfere diretamente na vida de todos os seres vivos. Estudos científicos já atestaram que o desmatamento gera uma cadeia de acontecimentos complexos, criando meios para que diferentes patógenos mortais se espalhem entre os humanos. Doença de Lume e a malária, por exemplo, originaram daí.

“O desmatamento é responsável por 10 a 15% das emissões anuais de gases de efeito estufa do mundo, sendo quase 40% de todo o desmatamento tropical é considerado desmatamento ilegal”, salienta Vininha F. Carvalho, editora da Revista Ecotour News & Negócios (www.revistaecotour.news).

Segundo levantamento inédito do MapBiomas, o mapeamento das transformações da Mata Atlântica indica que a cobertura florestal passou de 27,1% em 1985 para 25,8% em 2020. Atualmente, outros 25% são ocupados por pastagens; 16,5% por mosaicos de agricultura e pastagens; 15% pela agricultura; 10,5% por formação savânica e outras naturais. A cobertura florestal manteve-se praticamente estável nos últimos 30 anos, após um período de alto desmatamento ocorrido entre 1985 e 1990. Por trás dessa estabilidade, no entanto, esconde-se a perda de florestas maduras e a regeneração de matas jovens.

Entre 1985 e 2020 a perda de vegetação primária foi de 10 milhões de hectares. Nesse mesmo período, a área de vegetação secundária ganhou 9 milhões de hectares. Essa perda ainda pode ser observada em determinadas regiões do bioma, como as florestas de araucárias do Paraná e ao norte de Minas Gerais, na fronteira com a Bahia.

“O mesmo processo ocorre em áreas de campos naturais, como na divisa entre Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Entre 1985 e 2020, a perda de formações campestres foi de 28%”, relata Vininha F. Carvalho.

De janeiro a agosto de 2021 os alertas de desmatamento somam 6026 km², praticamente igual ao mesmo período em 2020, onde os alertas somaram 6099 km². Este é o terceiro ano seguido em que o período, de janeiro a agosto, fica acima de 6.000 km2.

Das espécies listadas como ameaçadas de extinção na Amazônia pela IUCN (International Union for Conservation of Nature), foram atingidas pelo fogo 236 das 264 espécies de plantas, 83 das 85 espécies de pássaros, 53 das 55 espécies de mamíferos, 5 das 9 espécies de répteis e 95 das 107 espécies de anfíbios.

Os incêndios na Amazônia já afetaram o habitat de 85,2% das espécies de plantas e animais ameaçadas de extinção na região. As espécies não ameaçadas tiveram 64% de seu habitat impactado pelas chamas. “Quase 190 mil quilômetros quadrados da floresta amazônica queimaram entre 2001 e 2019”, enfatiza Vininha F. Carvalho.

Muitos americanos estão financiando inconscientemente o desmatamento ilegal quando estão comprando produtos do dia a dia em lojas. O senador Brian Schatz e os congressistas Earl Blumenauer e Brian Fitzpatrick revelaram que o Forest Act (Fostering Overseas Rule of Law and Environmentally Sound Trade), uma nova legislação bipartidária dos Estados Unidos, permitirá ao governo federal deter o desmatamento ilegal de commodities no exterior.

A lei americana restringe o acesso aos mercados dos EUA para commodities originárias de terras ilegalmente desmatadas, numa tentativa de usar alavancagem de mercado para reduzir o incentivo atual para sacrificar florestas em benefício do uso agrícola, madeireiro e de mineração.

Website: https://www.revistaecotour.news

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