Mudanças climáticas: a necessidade de construirmos de forma sustentável

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Curitiba 13/10/2021 – A consciência ambiental cresce a cada dia, e a construção civil não é estranha a isso

Dentre os principais impactos ambientais das construções está a poluição por quem desrespeita normas ambientais e de edificações

Segundo o engenheiro Francisco Pedrazzi, Gerente Global de Relações Institucionais Argentina, Uruguai, Brasil e Paraguai na AD Barbieri SA, matriz argentina da Barbieri do Brasil, não há mais dúvidas sobre a influência das emissões de gases do efeito estufa gerados pela atividade humana nas mudanças climáticas. E o segmento da construção civil, apesar de ser fundamental para o desenvolvimento do país, é um dos que mais impactam o meio ambiente. Mesmo com a pandemia, a expectativa da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC) é de um crescimento de 4% do segmento em 2021.

Dentre os principais impactos ambientais das construções está a poluição por quem desrespeita normas ambientais e de edificações. O mau armazenamento de insumos e descarte inadequado de resíduos e esgoto pode acabar contaminando o solo e até mesmo o lençol freático na proximidade de uma obra, para citar um exemplo. Outro aspecto importante é que uma nova edificação significa aumento no consumo de recursos como energia elétrica e água. O desperdício de recursos hídricos é um ponto extremamente relevante, uma vez que é muito difícil de ser controlado e quantificado durante uma obra em andamento.

De acordo com o Conselho Internacional da Construção (CIB), a indústria da construção consome mais de um terço dos recursos naturais extraídos no Brasil e 50% da energia gerada abastece os canteiros de obras. Além disso, o setor também é um dos que mais produzem resíduos sólidos, líquidos e gasosos, responsável por mais de 50% dos entulhos gerados por construções e demolições.

Mas então qual seria a solução? Para Pedrazzi, a indústria da construção é um dos maiores emissores de gases do efeito estufa. A emissão de CO² dos produtos de construção, em geral, corresponde a dois fatores: a energia consumida no processo de fabricação e as emissões diretas produzidas nesse processo.

“Aço, cerâmica, cimento, etc. são grandes emissores de CO², portanto, seu uso deve ser reduzido ao mínimo possível. Obviamente, cumprindo as normas de segurança que as construções exigem. O uso de materiais como o aço e isolantes térmicos, que com menos massa cumprem todas as funções que uma construção requer, é uma grande contribuição para mitigar as mudanças climáticas”, explica.

Mas as emissões de CO² são apenas parte do problema, já que a sustentabilidade das edificações é um aspecto multifuncional. Existem muitos outros fatores que influenciam um edifício a ser sustentável além de economizar energia (que também é um dos aspectos mais importantes e tem impacto direto nas emissões de CO²). dentre eles, o engenheiro cita a redução de canteiros de obras para minimizar o impacto no meio ambiente, a redução do desperdício, a possibilidade de reciclar ou reaproveitar materiais de construção após o fim de sua vida útil, a emissão de compostos voláteis durante a operação da edificação, a redução do consumo de água, os parâmetros de projeto (proteções passivas, luz solar, ventilação natural), entre outros. “Estes aspectos são levados em consideração pelos diferentes sistemas que permitem avaliar a sustentabilidade de uma edificação, seja com escalas numéricas ou através do estabelecimento de limites”, explica Francisco.

A escolha dos materiais

Pedrazzi chama a atenção para alguns parâmetros que podem ser úteis para avaliar a escolha de um material de acordo com seu ciclo de vida, como analisar qual impacto esse material terá ao longo do tempo e de acordo com seus atributos ou propriedades, seja qualidade e desempenho; composição química; melhoria do ambiente interno qualidade do ar; comportamento ao fogo; conservação, economia de energia e eficiência energética; durabilidade; degradabilidade ou compostabilidade do material.

Segundo Pedrazzi, a seleção dos materiais deve ser considerada como uma atitude transformadora a partir de critérios que priorizam a saúde das pessoas, o cuidado com o meio ambiente e a preservação do planeta.

Atualmente, a possibilidade de ter produtos com EPD (Declaração Ambiental de Produto) no Brasil é outra ferramenta importante na tomada de decisões. A EPD é um relatório de todas as entradas e saídas dos diferentes aspectos do produto (energia, emissões de CO² e outros gases, emissões de produtos potencialmente tóxicos, consumo de água, etc.), desde a obtenção de matéria-prima até o descarte final em final de vida útil. É neste último aspecto que também podem ser avaliados os materiais e seu impacto no ambiente pós-demolição. Lá o reaproveitamento e a reciclagem assumem grande importância.

Como é possível avaliar a sustentabilidade de uma construção?

Existem vários sistemas para avaliar quão sustentável é uma construção. Idealmente, ao começar a desenvolver a planta do edifício, deve-se considerar quais são os aspectos que influenciarão posteriormente na determinação de sua classificação. Diferentes alternativas devem ser avaliadas, como o tipo de estrutura, tipos de invólucros, revestimento, entre outros, para escolher a solução mais sustentável.

“Nesta fase, é muito útil consultar alguns aspectos básicos: paredes perimetrais têm uma grande influência no consumo de energia subsequente e, portanto, na classificação de sustentabilidade. A escolha de janelas eficientes resultará em menor consumo de energia e, portanto, menores emissões de CO²”, explica o engenheiro.

Nas últimas duas décadas, vários métodos foram desenvolvidos e aplicados para avaliar e certificar a qualidade do edifício ou projeto, estabelecendo o seu grau de sustentabilidade. Seu uso é voluntário, mas esses sistemas de avaliação fornecem arquitetura com valor agregado para competir no mercado: Leadership in Energy and Environmental Design (LEED), GREEN STAR, WEEL, etc.

Mas será que todos os materiais considerados recicláveis ​​contribuem da mesma forma para a sustentabilidade? A resposta do engenheiro é: “Não”. Segundo ele, além do potencial de reciclabilidade e seu percentual, deve se considerar se existe um ciclo estabelecido para sua recuperação e reciclagem.

Website: https://www.barbieridobrasil.com.br/

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