Mato Grosso 25/6/2021 –
Com aumento de 15,8% na lavoura e 3,8% na pecuária, 2021 deve se consolidar como o melhor ano no Valor Bruto da Produção Agropecuária. O especialista Carlos César Floriano comenta os indicadores.
O relatório com o Valor Bruto da Produção Agropecuária (VBP), obtido pelo Índice Geral de Preços – Disponibilidade Interna (IGP-DI) da Fundação Getulio Vargas, exibe a evolução do desempenho das lavouras e da pecuária ao longo do ano e corresponde ao faturamento bruto. A periodicidade de divulgação deste relatório é mensal com atualização e divulgação até o dia 15 de cada mês.
O VBP é calculado com base na produção da safra agrícola e da pecuária e nos preços recebidos pelos produtores dos 26 maiores produtos agropecuários do Brasil. “Para constatar o valor real da produção é necessário descontar a inflação no período”, explica Carlos César Floriano, CEO do Grupo VMX Agropecuária.
O mês de maio de 2021 apresentou o Valor Bruto da Produção Agropecuária de R$ 1,11 trilhão, o que corresponde a um aumento de 11,8% quando comparado ao ano de 2020, que foi de R$ 993,9 bilhões.
As duas atividades que mais se destacaram na apuração do Valor Bruto da Produção Agropecuária foram a lavouras e a pecuária, que evidenciaram um acréscimo de 15,8% e 3,8% respectivamente. Juntas estas áreas do agronegócio brasileiro apresentaram o valor mais elevado dos últimos 32 anos.
Após apresentarem forte aumento de preços reais nos dois anos mais recentes, os produtos que mais contribuíram para o crescimento apontado no relatório VBP de maio foram o arroz (aumento de 5,7% quando comparado ao período anterior), milho (incremento de 20,3%), soja (crescimento de 31,9%), carne bovina (ampliação de 7,6%) e trigo (acréscimo de 35,1%).
Por outro lado, os produtos que menos contribuíram para o crescimento do Valor Bruto da Produção Agropecuária foram o cacau (aumento de apenas 1,5%) e a cana de açúcar (crescimento de 1,7%). Já alguns itens vêm trazendo contribuições negativas ao crescimento da agropecuária, como a batata-inglesa (-9,8%), café (-17,7%), feijão (-5,1%), laranja (-5,0%), tomate (-20,7%), uvas (-2,3%) e na pecuária, leite (-0,3%), suínos (-3,8%) e ovos (-6,5%) em decorrência aos efeitos de períodos de seca que afetaram lavouras, de menores quantidades produzidas ou de seus preços.
Especialmente nos estados do Paraná e em Mato Grosso, o milho foi particularmente prejudicado por estes efeitos na segunda safra, que é considerada como a mais importante, onde apresentou uma redução de 5 milhões de toneladas quando comparada com 2020, ao apresentar menor produtividade de grãos.
Apesar de problemas de falta de chuvas em algumas localidades no período em estudo, as projeções da Companhia Brasileira de Abastecimento (Conab) e do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) são de uma safra expressiva, em boa parte explicada pelo lucrativo desempenho das exportações de soja em grãos e carnes, preços favoráveis e a safra de grãos, como já destacados nos relatórios anteriores.
O Relatório com os Valores Brutos da Produção (VBP), quando analisados os dados regionais, demonstram a liderança de Mato Grosso com participação de 17,2% no valor, Paraná 13,2%, São Paulo 11,2%, Rio Grande do Sul 10,8% e Minas Gerais 10%.
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