São José do Rio Preto – São Paulo 25/6/2021 – O manejo é muito simples e ainda se tem a vantagem do sal proteinado ser preparado nas propriedades pelos próprios pecuaristas.
Muitos produtores não recorrem à ureia devido ao risco de intoxicação e, consequentemente, perder os animais.
O uso de suplementos no Brasil é muito bem fomentado. Entre os mais conhecidos estão o sal mineral e o sal proteinado. Muito comum na seca, esses produtos facilitam a nutrição e, quando aliados à ureia, promovem uma produtividade maior. Aumentar as arrobas, ao invés de perdê-las no período de estiagem resulta em lucro direto aos pecuaristas que, inclusive, poderão negociar na entressafra.
As propriedades rurais que se organizam ainda nas águas, com produção de silagem e ração em quantidade e qualidade adequadas já estão à frente de muitas outras. Quando inserem a ureia, além do sal proteinado, entram no rol das fazendas de sucesso. Afinal, aumentar a eficiência do processo produtivo faz parte da produção de carne e de leite.
A ureia, segundo a Embrapa, é uma fonte de nitrogênio 100% e degradável. E ainda, corrige os níveis de proteína disponíveis na forragem oferecida. O resultado é o aumento do consumo da pastagem, independentemente do formato oferecido, inclusive, como silagem, modo muito comum nessa época do ano.
“Para driblar as despesas com a alimentação em épocas com falta de pasto, a ureia, por ser um suplemento considerado de baixo custo, passa a ser uma indicação da Embrapa e especialistas em nutrição animal. Aliada ao sal proteinado, promove o que a maioria dos pecuaristas espera: um peso adequado para comercialização na entressafra ou até mesmo, simplesmente, evitar a perda de peso”, explica José Carlos Ribeiro, consultor da Boi Saúde.
O uso da seca tem uma justificativa: com a falta de chuvas, os pastos ficam deficientes em proteína, sendo substâncias essenciais para o bom funcionamento e desempenho da produtividade bovina.
A Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária reforça nas diversas publicações direcionadas aos produtores rurais, que na falta de pasto, a correção da falta de proteínas aumenta o consumo da pastagem, assim como a digestibilidade.
O artigo “Utilização da ureia na alimentação de ruminantes no semiárido”, publicação também da Embrapa, reforça que a ureia melhora o aproveitamento dos alimentos volumosos, mesmo os de baixa qualidade.
Com isso, aliar esses dois suplementos melhora a expectativa de ganho de peso e reduz as chances de a propriedade chegar ao fim da estiagem com prejuízos.
Ribeiro, que também é especialista em agronegócio pela USP/Esalq, esclarece que o sal proteinado é um sal mineral enriquecido com proteínas. Ao implementar a suplementação desse tipo de sal mais a ureia, o reforço extra previne prejuízos tão comuns nessa época. “O manejo é muito simples e ainda se tem a vantagem do sal proteinado ser preparado nas propriedades pelos próprios pecuaristas”.
Muitos produtores não recorrem à ureia devido ao risco de intoxicação e, consequentemente, a perder os animais. Por exemplo, quando molhada no cocho ou consumo acima da dosagem indicada pela Embrapa, 49 gramas por dia por animal.
Porém, hoje já existem alternativas e novas tecnologias que proporcionam maior rentabilidade. “É comum nos depararmos com depoimentos de pecuaristas que tiveram perdas devido ao uso incorreto da ureia. Entretanto, com a inovação chegando cada vez mais no campo, facilita a vida daqueles que produzem para abastecer e alimentar o país”, conclui Ribeiro.