São Paulo, SP 29/6/2021 – Muitos problemas de saúde dão os primeiros sinais pela boca, que quando identificados precocemente tornam o tratamento mais rápido
Algumas doenças que são identificadas a partir da boca são: anemia, diabetes, câncer bucal, leucemia, imunossupressão, entre outras
Reconhecida como medicina tradicional complementar e integrativa, a odontologia integrativa faz parte das Práticas Integrativas Complementares (PICS) que buscam ativar os mecanismos naturais de prevenção e recuperação de pacientes como, por exemplo, os que possuem distúrbios cognitivos, segundo a Organização Mundial da Saúde – OMS. De acordo com os dados da agência, existem cerca de 600 milhões de pessoas com deficiência grave no mundo, ou seja, uma em cada dez pessoas. O número de pacientes com transtornos psiquiátricos está aumentando cada vez mais.
“Pacientes com distúrbios cognitivos apresentam inúmeros tipos de doenças bucais, e a qualidade de vida destas pessoas está diretamente relacionada ao nível de dor, capacidade mastigatória, além do impacto psicológico da condição bucal que afeta a autoestima de modo substancial”, informa a Dra. Ariane Marcela Dias Silveira, graduada no curso de Odontologia pela Universidade São Lucas.
A escassez de cirurgiões-dentistas especializados em atender pacientes portadores de necessidades especiais ainda é alta, diz a cirurgiã-dentista, e acabam ficando desamparados pela falta de treinamento dos profissionais. Além disso, a relação entre a condição bucal desses pacientes com doenças sistêmicas é grande, gerando uma alta taxa de mortalidade precoce entre eles.
“Muitas vezes conseguimos realizar o tratamento desses pacientes por meio de sedação consciente no conforto do consultório, outras vezes acabamos por optar em realizá-los em âmbito hospitalar”, relata a Dra. Ariane, com experiência na área da odontologia, com ênfase em estomatologia e cirurgia oral menor, atuando principalmente em prevenção primária, etiopatogenia da doença periodontal e diagnóstico diferencial.
Conforme a especialista, a atuação da odontologia integrativa em ambiente hospitalar aos pacientes que estão internados, há algum tempo se faz necessária, e tem o intuito de evitar infecções e o aparecimento de novas doenças. “Muitos problemas de saúde dão os primeiros sinais pela boca, que quando identificados precocemente tornam o tratamento mais rápido e menos custoso”.
No Brasil, a odontologia interativa como as PICS, foi institucionalizada no Sistema Único de Saúde (SUS) por meio da Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares no SUS (PNPICS), aprovada pela Portaria GM/MS nº 971, de 3 de maio de 2006.
A Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência conserva o direito de acesso de forma integral à saúde e reitera que pacientes com necessidades especiais devem ter acesso a todos os níveis de complexidade, mediante o SUS, tendo acesso universal e igualitário sem qualquer tipo de discriminação. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) 45,6 milhões de brasileiros (23,9% da população) apresentam algum tipo de incapacidade ou deficiência. Diante disso, fica evidente a importância do profissional da saúde no auxílio desses indivíduos, com recursos tecnológicos inovadores, que visam promover a autonomia, assistência às atividades diárias, inclusão e participação social, com intuito de promover melhorias na qualidade de vida de pacientes com necessidades especiais.
“Durante anos de experiência clínica, vi a real necessidade de incluir esses pacientes que por muitas vezes eram dispensados por outros colegas cirurgiões-dentistas, por receio ou desqualificação para o atendimento. Investi em todo o aparato necessário para realização de um atendimento de qualidade tanto em consultório, quanto em ambiente hospitalar. Contratei equipe qualificada para alguns tipos de procedimentos, e nos destacamos em atendimento odontológico de pacientes especiais ou com algum distúrbio psíquico”, conclui a Dra. Ariane Silveira, que também atua em outras áreas específicas da odontologia como ortodontia e harmonização orofacial.