São Paulo, SP 1/9/2021 –
Demanda crescente aumenta exigência por qualificação dos profissionais e por serviços de apoio aos familiares, como gerência domiciliar
As famílias cada vez menores, o envelhecimento da população, a prevalência de doenças crônicas e em alguns casos irreversíveis e até mesmo os efeitos da pandemia de Covid-19 refletiram no crescimento do mercado de trabalho para os cuidadores de idosos e também criaram novos desafios para as empresas em termos de qualificação desses profissionais.
O mais recente levantamento do IBGE, com base em dados de 1º de julho de 2021, mostra que a população brasileira chegou aos 213,3 milhões, com uma tendência de desaceleração do crescimento, ou seja, com menos nascimentos, e um quadro persistente de envelhecimento dos brasileiros.
Já em 2020, o IBGE havia divulgado dados sobre o número de familiares que se dedicavam a cuidados de indivíduos de 60 anos ou mais, que havia saltado de 3,7 milhões em 2016 para 5,1 milhões em 2019. Monitorar ou fazer companhia dentro do domicílio (83,4%), auxiliar nos cuidados pessoais (74,1%) e transportar ou acompanhar para médico, exames, parque, praça, atividades sociais, culturais, esportivas ou religiosas (61,1%), foram as principais atividades requeridas pelos idosos.
E é justamente nessas novas configurações das famílias brasileiras, que possuem cada vez menos integrantes, em que todos trabalham fora ou nas quais os idosos moram sozinhos, que a demanda pelos cuidadores vem crescendo e se adaptando às novas necessidades.
“O novo cenário caminha para um atendimento em saúde mais completo, próximo e personalizado por parte do cuidador, para que a família não precise contratar diversos profissionais, gerenciar questões trabalhistas ou administrar faltas e eventualidades”, afirma a psicóloga Silvana Cavalcanti Vieira, fundadora da Agência Lar, empresa que atua no atendimento a idosos e na qualificação de cuidadores, com unidades em Natal (RN), Rio de Janeiro e Brasília.
Uma vez que a profissão ainda não é regulamentada, as empresas que atuam no segmento têm de incentivar a profissionalização dos cuidadores, organizar métodos de trabalho e desenvolver critérios de avaliação e monitoramento para os serviços prestados. “Ao acompanhar de perto a história de mais de 600 famílias atendidas, identificamos as principais demandas e carências e concluímos que o ideal é oferecer uma rede de cuidados, tanto para o paciente quanto para os familiares, não apenas um serviço”, explica a especialista.
A partir dessa percepção, a Agência Lar criou um aplicativo, que permite à família acompanhar os cuidados a distância, e também o Serviço de Gerência Domiciliar, no qual uma equipe especializada gerencia toda a rotina da casa e dos cuidados necessários, desde compras, medicamentos, agenda de consultas, médicos, enfermeiros e curativos, até a prestação de contas e o recrutamento de colaboradores.
Se por um lado a demanda por serviços cresceu, a exigência também aumenta em relação à qualificação dos profissionais, que ganharam mais responsabilidades. “Como em toda a área de saúde, o investimento em atualização deve ser permanente, seja para a qualificação de profissionais que já exercem a função, familiares que cuidam de parentes ou enfermeiros que desejam aprofundar conhecimentos no cuidado ao idoso”, diz Silvana, que também oferece cursos na área.
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