Florianópolis, SC 13/9/2021 – Sem dúvida essa integração entre crianças e jovens de diversos bairros é o melhor caminho para um futuro digno, ressalta Ed Pereira.
Projeto proporciona aulas de estimulação aquática e motora e terapias sensoriais para o desenvolvimento social e psicomotor
Crianças com autismo ganharam a oportunidade de desenvolver as capacidades motoras e sociais em aulas de natação, jiu-jitsu e terapia sensorial, tudo de forma gratuita, na cidade de Florianópolis. Idealizado pelo Projeto Estimular e a Associação de Pais e Amigos de Autistas, a iniciativa pioneira em Santa Catarina ganhou vida através da Secretaria de Cultura, Esporte e Lazer, da Prefeitura da Capital. Atualmente, 400 crianças são atendidas em todas as modalidades com professores especializados, nos núcleos: Piscina Pública da Passarela Nego Quirido e Centro Social Urbano. Para participar é só fazer a inscrição no link que está na bio do Instagram do Pró Autismo Floripa.
Praticar atividades físicas é uma maneira de fortalecer o sistema imunológico e de prevenir infecções por vírus, bactérias e outros micro-organismos. No caso de crianças com Transtorno do Espectro Autista, segundo a Drª Graciela Pignatari, diretora e membro da equipe técnica da Tismoo, a prática de atividades físicas auxilia na plasticidade neural e aumenta os níveis de IGF (um dos hormônios responsáveis pelo crescimento e desenvolvimento dos tecidos), proporcionando também um aumento da capacidade cognitiva, memória, raciocínio e foco”.
A partir dessa necessidade, a Prefeitura de Florianópolis passou a oferecer o projeto Pró Autismo com atividades de terapia aquática e terapia sensorial, pet terapia e artes marciais.
Laryssa Smith é mãe do Pedro, que tem autismo e hoje tem 7 anos. Pedro, antigamente, fazia terapia aquática na rede particular e a mãe, sabendo da importância dessa atividade e dos altos custos, procurou a projeto da Piscina Pública e matriculou o filho. Para ela os benefícios vão além da gratuidade. “É muito gratificante ver que meu filho e outras crianças autistas evoluem e aprendem muito com as terapias, tanto a aquática quanto a sensorial. As noites do Pedro estão mais tranquilas e as respostas com o aprendizado são imediatas”, afirma Laryssa.
Se, por um lado, o autismo não tem cura, por outro, com terapias e atividades que estimulem as crianças desde cedo, é possível que elas sejam mais autônomas e que tenham melhores condições de se desenvolverem e mais qualidade de vida.
Miguel Correia Palacios, de 7 anos, também é um dos alunos do Pró Autismo. “O Miguel adora água, sempre que ele fala de piscina, fica muito animado. Estar em casa nesses tempos de pandemia foi bem difícil, a gente está retomando agora, bem animados com a iniciativa”, conta Andreia Correia Palacios, mãe do Miguel.
Depois de 10 anos abandonada, a Piscina Pública foi reformada com a proposta de servir como área de lazer para crianças e jovens de comunidades. A revitalização conta com cobertura metálica, isolamento térmico e acústico, revestimento com Blindex nas laterais e quatro bombas de climatização para o aquecimento da água que permite a utilização da piscina em diversos períodos do ano, com muito mais conforto. “Bastaram ideias, boa vontade e bastante esforço da nossa parte. O avanço social que conseguimos com a revitalização da piscina pública é inimaginável. Sem dúvida essa integração entre crianças e jovens de diversos bairros é o melhor caminho para um futuro digno”, ressalta Ed Pereira, Secretário de Cultura, Esporte e Lazer.