Economia da China acelera em maio, impulsionada por chips e veículos elétricos
Crescimento em ritmo alto pode superar expectativas do Banco Mundial e do FMI
Neste mês de maio, a economia chinesa apresentou um crescimento de 5,6% em sua produção industrial e 3,7% no varejo, mostrando força econômica.
As informações do Escritório Nacional de Estatísticas da China revelam um crescimento pujante da economia do país, surpreendendo as análises e previsões para o ano.
Segundo o Global Times, um dos principais periódicos chineses, a expansão econômica e a continuidade de crescimento no primeiro trimestre mostram a resiliência da China na consecução da meta de crescimento de 5% do PIB para 2024.
A economia chinesa vem sofrendo pressões pela guerra tarifária imposta pelos EUA e o chamado decoupling — desacoplamento — das duas maiores economias do mundo. Além disso, a desaceleração do mercado imobiliário interno — que levou à crise da Evergrande em 2021 — também prejudicou negativamente a economia do país.
“Para uma economia tão grande quanto a da China, qualquer taxa de crescimento da produção industrial acima de 5,5% é bastante alta e difícil de conquistar, especialmente levando em conta a recente repressão imprudente dos EUA contra as indústrias de novas energias da China”, explica Tian Yun, economista chinês, em entrevista ao Global Times.
O crescimento foi significativo em duas áreas estratégicas: a produção de veículos elétricos e híbridos, que saltou 33,6% em maio, e a produção de chips, que cresceu 17,3%.
A produção de veículos elétricos pode ser pressionada pelas novas barreiras tarifárias impostas pelos EUA e União Europeia, mas a tendência é que as exportações se direcionem para outros países, como o próprio Brasil.
O FMI elevou sua previsão de crescimento do PIB da China para 5% em 2024 e 4,5% em 2025, citando dados fortes do PIB do primeiro trimestre e medidas políticas. Já o Banco Mundial, em junho, elevou sua previsão de crescimento econômico de 2024 de 4,5% para 4,8%. Mas se as tendências continuarem no ritmo de maio, haverá surpresas para ambas as instituições.
“Se a recuperação econômica em junho mantiver o ritmo de maio, então é altamente provável que o crescimento do PIB no primeiro semestre possa exceder 5%”, disse Tian.
Fonte: Revista Fórum