Dólar dispara após vitória de Donald Trump nas eleições norte-americanas
Mercado reage com alta de 1,68% na manhã de quarta-feira após retorno de Donald Trump à presidência dos Estados Unidos
O dólar iniciou o dia com uma forte alta de 1,68% nesta quarta-feira (6), atingindo R$ 5,840, após a vitória de Donald Trump nas eleições presidenciais dos Estados Unidos. O republicano foi declarado eleito ao alcançar 276 votos do Colégio Eleitoral, derrotando Kamala Harris. Embora a apuração ainda não tenha terminado, Trump liderava nos estados-chave que determinarão a eleição.
A vitória de Trump também impulsionou o mercado devido às suas propostas econômicas, como a ampliação de tarifas sobre importações e possíveis cortes de impostos. Essas medidas são vistas como inflacionárias e podem levar o Federal Reserve (Fed) a manter os juros altos por mais tempo, o que fortalece o dólar.
No Brasil, o mercado também acompanhou de perto as movimentações fiscais do governo. O presidente Lula se reuniu com sua equipe econômica para discutir o pacote fiscal que será anunciado em breve, o que também gerou otimismo entre os investidores, elevando os ativos brasileiros. A expectativa é de que as medidas sejam mais focadas no ajuste de despesas, ao invés de apenas aumentar a arrecadação.
O Senado dos EUA, sob controle republicano, também foi um fator que chamou atenção, já que o partido obteve 51 das 100 cadeiras, o que reforça o poder de Trump para implementar sua agenda econômica. Este cenário gerou apreensão no mercado, com analistas prevendo que a combinação de uma política fiscal expansionista e juros mais altos possa resultar em uma pressão inflacionária.
Por outro lado, no Brasil, o governo ainda enfrenta desafios para ajustar seu arcabouço fiscal. A expectativa é de que o pacote de sustentabilidade fiscal, liderado pelo ministro Fernando Haddad, seja divulgado ainda esta semana. Enquanto isso, o mercado aguarda com tensão a reunião do Copom, que deve anunciar novas decisões sobre a taxa de juros.
No cenário internacional, o Fed se prepara para uma reunião crucial, onde se espera um corte moderado nas taxas de juros, dada a resistência da economia americana e a melhora nos índices de inflação. Em contraste, o Banco Central brasileiro segue uma trajetória oposta, com um aumento da Selic no último mês, dado o agravamento da inflação interna.
Em relação à política interna dos EUA, a vitória de Trump também marca uma reviravolta após os episódios envolvendo a invasão do Capitólio e a condenação criminal do ex-presidente. Sua recondução ao cargo demonstra o fortalecimento do Partido Republicano, mas também a polarização política no país.
O mercado financeiro segue atento ao desenrolar desses acontecimentos, com os investidores buscando sinais sobre a direção que as políticas econômicas de Trump e os movimentos fiscais no Brasil tomarão. A volatilidade deve continuar dominando o cenário nos próximos dias.
Por fim, o impacto das eleições nos mercados globais será moldado pelas próximas ações do Fed e do Copom, com cada um ajustando sua política monetária conforme o desempenho de suas economias locais.