Novos tratamentos aliviam efeitos adversos de pacientes com câncer

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São Paulo-SP 21/6/2021 – Tanto a quimio como a radioterapia comprometem a renovação da célula nas camadas mais profundas do epitélio, o que facilita a descamação da pele

Uma das inovações é um dispositivo para combater casos de mucosite oral, que está entre as intercorrências mais frequentes e debilitantes em pacientes com câncer submetidos à quimioterapia e radioterapia

A mucosite oral é uma das intercorrências mais frequentes e debilitantes em pacientes com câncer submetidos à quimioterapia e radioterapia. Trata-se de uma inflamação da mucosa bucal, com formação de pseudomembrana e fonte potencial de infecções com risco de morte.

O câncer ainda é uma da principais causas de morte em todo o mundo. Segundo a Oncoguia, 9,6 milhões de pessoas vão a óbito todo o ano. As informações revelam ainda que medidas de prevenção, detecção e tratamentos precoces podem salvar até 3,7 milhões de vidas. 

Segundo o Dr. Paulo Figueiredo, professor associado de Estomatologia da Universidade de Brasília e coordenador da Residência Multiprofissional em Odontologia e Atenção Oncológica do Hospital Universitário de Brasília, a mucosite decorre de dois fatores – a toxicidade causada pela aplicação dos tratamentos e a chamada mielossupressão, quando a atividade da medula óssea é diminuída.

“Tanto a quimio como a radioterapia comprometem a renovação da célula nas camadas mais profundas do epitélio, o que facilita a descamação da pele”, ressalta.

Quando ela ocorre?

De acordo com a maioria dos estudos, a mucosite ocorre em até 80% dos pacientes que recebem quimioterapia em altas doses, em até 100% dos que passam por tratamento de radioterapia para tumores de cabeça e pescoço, e aproximadamente 20-40% nos casos de quimioterapia convencional. “Tais complicações podem prolongar a hospitalização e diminuir a qualidade de vida do paciente. Em alguns casos pode haver até a interrupção completa do tratamento”, explica o professor.

Quais os impactos que causa no paciente?

Clinicamente, a mucosite pode se apresentar como um eritema (vermelhidão), ardência bucal e lesões ulcerativas, às vezes com sangramento. Ela afeta principalmente os lábios, língua, mucosas, gengivas e garganta e interfere na qualidade da saliva e da voz, gerando dor, dificuldade em deglutir (disfagia) e incapacidade de se alimentar.

Como tratar e amenizar o problema?

Em 2014, a Associação Multinacional de Cuidados de Suporte ao Câncer e a Sociedade Internacional de Oncologia Oral publicaram diretrizes de prática clínica baseadas em evidências para a mucosite. Os métodos de tratamento foram categorizados em sete grupos:

1 – Cuidados bucais básicos

2 – Fatores de crescimento e citocinas

3 – Agentes anti-inflamatórios

4 – Antimicrobianos, agentes de revestimento, anestésicos e analgésicos

5 – Laser e outra terapia de luz

6 – Crioterapia

7 – Agentes naturais e diversos

Prevenção e tratamento com crioterapia

A prevenção da mucosite oral com a crioterapia é feita usando, por exemplo, lascas de gelo, gelo picado, picolé ou pela realização de bochechos com água gelada na cavidade oral durante a administração dos quimioterápicos.

A técnica é utilizada no Cold Mouth, primeiro dispositivo intraoral para prevenção e tratamento da mucosite, produzido nos Estados Unidos e distribuído para todo o país pela Gador do Brasil. Com venda livre autorizada pela Anvisa, o produto traz mais conforto na aplicação de técnicas de crioterapia, permitindo o alívio da inflamação e da dor.

O Cold Mouth foi projetado por cientistas e aprovado pela FDA – Food and Drug Admistration dos Estados Unidos. Ele é  um produto não tóxico, produzdo com silicone de grau médio, água e uma solução salina patenteada, tornando-se seguro  eficaz.

Exames termográficos em pacientes que utilizaram o dispositivo apresentaram uma redução da temperatura da cavidade oral para, em média, 0,38ºC negativos por mais de 30 minutos e de maneira uniforme. “A diminuição da temperatura da mucosa oral reduz a circulação do fármaco na região. Dessa forma, impede que o agente quimioterápico chegue aos tecidos bucais em grandes quantidades”, explica a dentista Nisley Tocchio, que está desenvolvendo um projeto de pesquisa de mestrado com o Could Mouth.

 

Website: http://www.gadordobrasil.com.br

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