Vestibular: temáticas africanas e afro-brasileiras podem ser tão importantes quanto o conhecimento das disciplinas “tradicionais”

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Paraná 26/7/2021 –

De acordo com a professora Andréa Cerqueira, do Solar do Rosário – espaço particular de Arte e Cultura, que oferece cursos on-line -, é preciso sair da “zona de conforto” na preparação para o vestibular. As temáticas africanas tornaram-se um grande desafio para os vestibulandos, uma vez que recebem pouca atenção durante o Ensino Médio e em cursos preparatórios

O Brasil conta com mais de 8.450.755 alunos matriculados no Ensino Superior, de acordo com o mais recente Censo da Educação do Inep/MEC, realizado em 2018. No ano em questão, 17.213.064 candidatos foram inscritos para vestibulares em cursos presenciais e a distância, de olho em 13.529.101 vagas. Ainda de acordo com o Censo do Inep, 6.596.808 brasileiros buscavam uma oportunidade em entidades federais, estaduais e municipais, mais apenas 7.72% tiveram sucesso – a porcentagem representa 508.936 estudantes.

“Com a pandemia de Covid-19, percebemos como o EaD, Estudo a Distância, pode ser eficaz para o estudante que está comprometido com os seus objetivos e se esforçando para ingressar em uma boa universidade. No entanto, é preciso ter foco e saber o quê e como estudar para construir o conhecimento de forma efetiva”, assinala a professora Andréia Cerqueira, do Solar do Rosário.

Cultura africana nos exames do país

Segundo Cerqueira, desde a promulgação da Lei nº 10.639 de 2003 e a sua reformulação, que resultou na Lei 11.645 de 2008; preconiza-se a obrigatoriedade do ensino de História, Cultura e Literaturas africanas, afro-brasileiras e indígenas no Ensino Básico. A partir de então, muitos certames passaram a incorporar não só a temática africana, mas também obras específicas de autores africanos e afro-brasileiros.

O exame da Fuvest que, desde 2020, cobra autores como o angolano Pepetela e o moçambicano Mia Couto pode ser um exemplo. A Unicamp, por sua vez, para o vestibular de 2022, incluiu a moçambicana Pauline Chiziane e a escritora afro-brasileira Carolina Maria de Jesus, autora do famoso “Quarto de despejo”. A Universidade Federal de Uberlândia em Minas Gerais incluiu o clássico “A cor púrpura”, da afro-americana Alice Walker, nos processos seletivos do biênio 2020-2022. A Universidade Estadual de Londrina (UEL) traz para os vestibulares de 2021-2022 a já citada obra “Quarto de Despejo” e a obra do angolano José Eduardo Aqualusa, “O vendedor de passados”. A Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ), para o exame de 2021, exige a leitura da obra “Triste Fim de Policarpo Quaresma”, do afro-brasileiro Lima Barreto. A Universidade de Santa Catarina (UFSC), para 2021 cobra “Negro” de Cruz e Sousa. A Universidade Federal do Mato Grosso do Sul (UFMS), por sua vez, cobra neste ano Lima Barreto e Machado de Assis.

Na realidade da Capital Federal, a Universidade de Brasília fortaleceu como principal meio de ingresso o Programa de Avaliação Seriada (PAS). Trata-se de um exame trienal por meio do qual diversas obras compõem o repertório avaliativo de cada etapa. Dentre as obras, pode-se citar na primeira etapa “O perigo da história única”, transcrição de um ted-talk da nigeriana Chimamanda Ngozi Adichie, além das obras audiovisuais “O Atlântico Negro – na rota dos orixás”, documentário de Renato Barbieri e “A Rota do Escravo” – produção da Unesco sobre a história da diáspora africana, a escravidão nas Américas e a formação de sociedades multiculturais. Para a segunda etapa, Úrsula da maranhense Maria Firmina dos Reis, quatro contos machadianos, poemas de Gonçalves Dias, Cruz e Sousa e a obra “Bom-Crioulo” de Adolfo Caminha. Na terceira etapa, depara-se com as obras audiovisuais “O que é racismo estrutural” e o documentário “Da raiz às pontas”, que discutem a temática racial. Consta, ainda, o ensaio “Necropolítica”, do camaronês Achille Mbembe.

Dessa forma, é imprescindível que se valorize o estudo das temáticas africanas no contexto de preparação para alguns dos maiores e mais respeitados vestibulares do Brasil, afirma Andréa Cerqueira, do Solar do Rosário. “Ao incluírem tais obras, as referidas instituições contribuem para o cumprimento da Lei, tão importante para a conscientização das relações étnico-raciais quanto para o exercício da cidadania e a construção de uma identidade brasileira”, finaliza.

Conhecimento a distância

Em abril de 2020, o Solar do Rosário passou a disponibilizar seus cursos no formato on-line, contribuindo com a formação de estudantes do Brasil e do mundo. Além das literaturas africanas, o instituto oferece formações em cursos de História da Arte, Música, Pintura, Escultura, Estamparia, Aquarela, Patrimônio Histórico, Psicanálise, Design, Fotografia, Línguas, Arte Contemporânea, Mosaico, História do Brasil, Caligrafia, Jardinagem, Paisagismo, Literatura, Mangá e Desenho Infantojuvenil entre outros cursos.

Para maiores informações, basta acessar o site do Solar do Rosário:
https://solardorosario.com.bre//cursos/introduçao-as-literaturas-africanas-agosto-2021/

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