A fintech curitibana Juno acaba se tornar uma instituição de pagamentos autorizada pelo Banco Central (BC). A empresa deu entrada no pedido de autorização em março de 2019, após ter atingido o valor de R$ 500 milhões transacionados em 12 meses, marca que é necessária para que o BC passe a atuar como fiscalizador das Instituição de Pagamentos. Apenas outras 19 companhias do país contam com essa chancela, que depende de uma avaliação criteriosa e é regulada por meio de Resoluções e Circulares. A autorização concedida aumenta as expectativas da startup em relação aos resultados de 2020.
Segurança ao mercado
Advogada da Juno e uma das responsáveis por conduzir o processo, Marta Savi conta que o BC busca garantir a inovação e segurança ao mercado, mas sem impedir o surgimento de novas empresas. “Companhias que não chegam nesse volume de R$ 500 milhões não precisam dessa aprovação. Como a Juno ultrapassou este valor no fim de 2018, deu entrada no processo”, explica Marta. De acordo com ela, o BC faz uma série de análises, entre elas: como a empresa funciona; como faz a gestão do dinheiro do cliente; como é feita a separação entre os recursos da instituição do cliente; a forma de gerir risco e liquidez; e os procedimentos adotados para evitar fraudes.
Certificado
A certificação do Banco Central é necessária para dar segurança a todo o sistema financeiro do país, uma de suas principais atribuições. A autorização foi dada pelo Departamento de Organização do Sistema Financeiro. A Juno obteve o aval em nove meses, três meses a menos do que o prazo máximo estabelecido pela instituição – antes de estabelecer a meta, o BC levava de três a quatro anos para conduzir o processo.
Produto e serviços
Todos os produtos e serviços oferecidos no atual portfólio da Juno receberam a chancela do Banco Central, inclusive as transferências entre contas e os cartões pré-pagos, funcionalidades lançadas recentemente. De acordo com Marta, a mudança de marca – antiga boletobancario.com – e esses produtos já passaram por todo o processo. “Consideramos a autorização de funcionamento pelo BC uma conquista e, ao mesmo tempo, um compromisso, com o qual devemos estar adequados sempre. A fiscalização será contínua e devemos prestar informações de forma periódica – mensal, trimestral e anual, dependendo do caso”, explica Marta.
No ano passado, a Juno dobrou de tamanho – tanto em relação à estrutura própria quanto aos números de faturamento e o resultado da companhia. Para 2020, os objetivos são ainda mais ousados. “Queremos triplicar o nosso resultado, a partir da base de 2020. Com essa chancela do Banco Central, entendemos que essa meta se tornou plenamente factível, já que temos uma garantia de segurança para o usuário e um reforço da nossa marca entre as principais instituições de pagamento do país”, completa Marta Savi.