Congresso Nacional pode sofrer paralisação por conta do coronavírus

Estima-se que pelo menos 47% dos senadores tenham mais de 60 anos, faixa etária considerada de risco

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Em meio à crise causada pelo coronavírus, o Congresso Nacional aguarda exames para decidir se ocorrerá paralisação. Após o resultado positivo para o covid-19, do Senador Nelsinho Trad (PSD-MS), que esteve na comitiva do Presidente Jair Bolsonaro aos EUA, todo o senado foi submetido a testes para a doença.

Estima-se que pelo menos 47% dos senadores tenham mais de 60 anos, faixa etária considerada de risco. Além disso, somando aos deputados licenciados e suplentes, são 139 pessoas que também se encaixam no grupo de risco. A equipe segue aguardando os resultados dos testes, que devem determinar se há necessidade de uma paralisação ou não.

Medida necessária

Para Guto Ferreira, Analista Político-Econômico da Solomon’s Brain, o Congresso deve parar caso, pelo menos, mais de um teste seja positivo. “É provável e é possível que o Congresso Nacional suspenda os trabalhos com a presença física dos parlamentares. Existe essa possibilidade crescente, basta que um ou dois casos se confirmem a mais no ambiente”.

Além disso, o Analista afirma que para o Governo, este ano é um ano perdido quando se trata de economia. “Eles terão que fazer mais do que as medidas restritivas. Já seria difícil aprovar tudo em um ano eleitoral. Com a crise do vírus piora muito. Do ponto de vista de crescimento econômico já é um ano perdido. O governo não tinha de fato um planejamento claro para o mercado e a produção. E isso ficou mais notório neste momento. O crescimento econômico do Brasil fica prejudicado, portanto, até a metade de 2021 com absoluta certeza”.

Crise mundial

Sobre a crise que se instaura agora, Ferreira aponta que deve ser maior que a de 2008, já que se trata de uma questão que vai além de economia. “Esta crise tende a ter efeitos maiores que a de 2008. Neste momento temos uma crise econômica e uma de saúde global atuando juntas, em um desafio sem precedentes para a nova economia. Não existe ‘dinâmica própria da economia brasileira’ como disse o ministro Paulo Guedes. Com a economia global integrada cada vez mais, ou o Brasil faz, de fato, seu trabalho de casa, ou ficará muito mais vulnerável”, afirma.

O Analista ressalta a polêmica recente sobre o diagnóstico de Bolsonaro, que durante encontro com apoiadores foi contra as recomendações de Luiz Henrique Mandetta, Ministro da Saúde. “O Presidente da República testa negativo. Depois afirmam que ele faria novo teste, mas sai apertando a mão de apoiadores declaradamente contra a democracia. E contra a recomendação de seu Ministro da Saúde, que tem tido postura louvável. Não é algo que ajude em nada nem a economia nem a situação de conscientização da população”, conclui.

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