O aumento da participação feminina em espaços majoritariamente masculinos, não é novidade. Nos negócios, em relação ao ano de 2016, houve um crescimento de 7% no número de empresas abertas por mulheres. Nos investimentos, elas já ultrapassam os 250 mil na Bolsa de Valores, totalizando 14% dos investidores no Brasil.
Mulheres na Bolsa
Segundo dados da B3, o crescimento na participação feminina na bolsa foi de 1,94% em relação ao mesmo período de 2016. De acordo com dados da base da Nova Futura Investimentos, as mulheres entre 26 e 35 anos, representam 42% das investidoras. Mesmo recebendo salário de apenas 85,1% comparado aos homens, ainda que em cargos iguais.
Dados do Relatório Anual de Informações Sociais (Rais) da Secretaria Especial de Previdência e Trabalho do Ministério da Economia, mostram que no período entre 2013 e 2017, o salário médio das mulheres cresceu 4,4%.
Mercado financeiro
O aumento foi além, em 2018. Os números ultrapassaram 202 mil novos cargos ocupados por mulheres em diversas faixas etárias, com a maioria sendo com mais de 30 anos. A Analista da Nova Futura Investimentos, Bruna Sene, afirma que o crescimento da participação feminina no mercado financeiro é notável. “Percebo que há uma crescente quanto ao número de mulheres que trabalham e investem no mercado financeiro”, afirma.
Sene pontua que o aumento fica mais evidente ainda quando se observa o público que assiste aos vídeos ao vivo da corretora. “Até mesmo na sala ao vivo, o número de mulheres que acompanham e participam tem crescido, apesar de a grande maioria dos seguidores ainda ser do sexo masculino”, conclui.
Cargos de destaque
Sara Delfim, Gestora da Dahlia Capital, conta que está há muito tempo no mercado financeiro e que notou um aumento na frequência das mulheres em postos mais altos. “Estou no mercado financeiro há 22 anos. Antigamente eu ouvia muito ‘o head da área’, hoje é muito mais comum ouvir ‘a head da área’”, afirma.
Para Sara, o cenário pode avançar ainda mais e as mulheres continuam buscando por isso. “No entanto mesmo com esse avanço, muitas coisas ainda precisam mudar. As mulheres seguem batalhando por reconhecimento e assim, conquistando cada vez mais novos espaços”, finaliza.