A distribuição de renda no Brasil é um tema que gera debates constantes e reflete a complexidade socioeconômica do país. Segundo dados recentes do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a renda média mensal do trabalhador brasileiro atingiu R$ 2.846 em 2023. Essa cifra representa um aumento de 7,5% em relação ao ano anterior, mas ainda revela desigualdades significativas entre diferentes regiões e setores da economia.
Uma análise detalhada mostra que a distribuição de renda varia bastante entre as regiões do Brasil. Enquanto na região Sudeste a renda média é de R$ 3.500, no Norte e Nordeste, essa média cai para R$ 2.200 e R$ 2.000, respectivamente. Essa diferença é resultado de vários fatores, como o nível de desenvolvimento econômico, a presença de indústrias e a oferta de empregos qualificados. A educação também desempenha um papel fundamental, pois pessoas com maior nível educacional tendem a ter salários mais altos.
Além das diferenças regionais, a distribuição de renda entre gêneros e etnias ainda é um desafio no Brasil. Dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) Contínua apontam que as mulheres ganham, em média, 20% a menos que os homens, mesmo quando ocupam funções semelhantes. Essa desigualdade de gênero se agrava entre as populações negras e pardas, que enfrentam não apenas a disparidade salarial, mas também barreiras para acesso a oportunidades de emprego e avanço na carreira.
Outro fator a ser considerado é o impacto da pandemia de COVID-19 na distribuição de renda. De acordo com o Banco Mundial, a crise econômica resultante da pandemia fez com que a pobreza extrema aumentasse. Isso afetou especialmente as camadas mais vulneráveis da população e em 2021, cerca de 27% da população brasileira vivia com menos de R$ 400 por mês. Essa movimentação reforçou a urgência de políticas públicas eficazes que promovam a inclusão e o aumento da renda para esses grupos.