O dólar opera em alta nesta quarta-feira (24), conforme investidores aguardam novos dados econômicos dos Estados Unidos e continuam a repercutir as incertezas em relação à corrida eleitoral norte-americana.
Por aqui, o quadro fiscal continua a fazer preço nos mercados, à medida que o mercado continua avaliando a capacidade do governo de cumprir a meta deste ano.
Na agenda, uma série de balanços corporativos de empresas locais e internacionais também ficam no radar, bem como as repercussões sobre a privatização da Sabesp.
Veja abaixo o resumo dos mercados.
Dólar
Às 16h20, o dólar operava em alta de 1,27%, cotado em R$ 5,6567. Na máxima do dia, chegou a R$ 5,6617. Veja mais cotações.
Na véspera, a moeda subiu 0,29%, cotado em R$ 5,5857.
Com o resultado, acumulou:
- queda de 0,32% na semana;
- recuo de 0,05% no mês;
- alta de 15,11% no ano.
O que está mexendo com os mercados?
Os investidores começam os negócios nesta quarta-feira de olho no noticiário norte-americano. A expectativa é que novos dados de indústria, varejo, serviços e construção sejam divulgados por lá e fiquem na mira dos investidores, que buscam indicações sobre quais devem ser os próximos passos do Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA) na condução dos juros.
Além disso, os desdobramentos da corrida eleitoral norte-americana também continuam no radar. Na véspera, a vice-presidente Kamala Harris participou do primeiro comício do processo eleitoral que vai escolher o ocupante da Casa Branca a partir de 2025.
Ela participou na condição de pré-candidata à Presidência e afirmou já ter conseguido o apoio de delegados suficientes para assegurar a candidatura democrata.
Para ser a candidata oficial do partido, Kamala precisa não do voto dos eleitores, mas sim do voto dos representantes do partido em cada estado — os delegados —, que oficializam o nome do candidato em agosto. Segundo a agência de notícias Associated Press, a vice-presidente tem mais de 3.090 delegados ao seu lado, cerca de mil delegados a mais do que o necessário.
Já por aqui, o cenário fiscal continua a fazer preço nos mercados, conforme investidores avaliam a capacidade do governo de alcançar a meta fiscal estabelecida para este ano.
Na segunda-feira, o relatório de receitas e despesas mostrou que a nova projeção do governo indica um déficit (despesas maiores do que receitas) de R$ 28,8 bilhões em 2024, exatamente no limite da meta de contas públicas previstas no arcabouço fiscal.
O governo também revisou estimativas de gastos com o Benefício de Prestação Continuada (BPC) — pago a idosos carentes, deficientes e pessoas com doenças incapacitantes — e benefícios da Previdência. O relatório é publicado a cada dois meses com novas estimativas e projeções sobre as despesas e receitas do governo previstas para o ano.
Na semana passada, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, anunciou um bloqueio de R$ 11,2 bilhões no Orçamento de 2024, além de um contingenciamento de R$ 3,8 bilhões. As medidas vieram como uma tentativa do governo de cumprir a regra de gastos prevista no arcabouço fiscal.
A diferença entre bloqueio e contingenciamento é a seguinte:
- Bloqueio: se refere a valores no Orçamento que têm que ser bloqueados para o governo manter a meta de gastos do arcabouço fiscal.
- Contingenciamento: é uma contenção feita em razão de a receita do governo estar vindo abaixo do esperado.
Balanços corporativos de empresas locais e internacionais também seguem no radar, bem como a variação de preços nos mercados de commodities.
Fonte: G1