O dólar à vista disparou nesta quinta-feira (18), fechando próximo da máxima de R$ 5,589 à medida que investidores retomam posições defensivas no Brasil em meio ao acirramento das preocupações com o ajuste das contas públicas brasileiras.
O avanço dos rendimentos dos Treasuries americanos no exterior foi outro fator de sustentação da moeda norte-americana frente ao real, em especial na segunda metade do dia. Às 16h38 (horário de Brasília), o rendimento do Treasury de dez anos — referência global para decisões de investimento — subia 5 pontos-base, a 4,198%.
Qual a cotação do dólar hoje?
O dólar comercial fechou com um salto de 1,89%, a R$ 5,587 na compra e na venda. Na B3, o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento (DOLc1) tinha alta de 1,76%, a 5.594 pontos.
Na véspera, o dólar à vista encerrou o dia cotado a R$ 5,485 na venda, após alta de 1,03%. Em dois dias, a divisa saltou 2,94%, ou o equivalente a 16 centavos de real.
Dólar comercial
- Compra: R$ 5,587
- Venda: R$ 5,587
Dólar turismo
- Compra: R$ 5,611
- Venda: R$ 5,791
O que acontece com o dólar hoje?
O dólar à vista retomou a trajetória de alta ante o real nesta semana em meio às preocupações do mercado com o cenário fiscal do país. Nos últimos dias, o presidente Lula voltou a afirmar que o arcabouço fiscal nem sempre será sua prioridade no governo se tiver “coisas mais importantes para fazer”.
No próximo dia 22 de julho, o governo apresentará seu Relatório Bimestral de Receitas e Despesas com a definição sobre quanto será preciso contingenciar no Orçamento para cumprir a meta de resultado primário zero deste ano.
Nesta quinta, a ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, disse que Lula determinou que o governo não deve gastar mais do que arrecada, premissa que, segundo ela, deve se refletir no Orçamento para o próximo ano. Ainda assim, os comentários da ministra não aliviaram os investidores.
“Foi uma boa sinalização em termos de falas, mas o mercado fica um pouco cético sobre se isso vai ser efetivamente colocado em prática”, disse Gabriel Mota, operador de renda variável da Manchester Investimentos.
No cenário externo, a valorização do dólar no exterior também impulsionou a moeda frente o real. A moeda norte-americana teve fortes ganhos ante outras divisas de emergentes e exportadores, com real, peso chileno, peso mexicano e peso colombiano liderando a lista de maiores perdas globais.
O índice dólar (DXY), que mede a paridade da moeda frente outras divisas internacionais, avançou 0,44% no dia, a 104,20 pontos.
O aumento das apostas de que o ex-presidente Donald Trump vencerá a corrida para a Casa Branca tem influenciado na cotação do dólar e na curva dos juros americanos, refletindo nas taxas dos Treasuries, que tiveram abertura nesta quinta.
Fonte: InfoMoney