Donald Trump será o próximo presidente dos Estados Unidos, após conquistar 276 delegados no Colégio Eleitoral às 7h32 desta quarta-feira, 6. O republicano derrotou a vice-presidente Kamala Harris, do Partido Democrata, e retornará à Casa Branca para um segundo mandato, após quatro anos.
Em uma corrida eleitoral marcada por ataques e indefinições em estados-chave, como Carolina do Norte e Pensilvânia, Trump baseou seu discurso em pautas econômicas, como a intensificação das tarifas sobre importados, cortes de impostos e valorização do dólar. Harris, por sua vez, teve que se defender de críticas à ação dos EUA na política externa, um dos principais pontos de reprovação ao governo do democrata Joe Biden.
Quem é Donald Trump?
Filho de Fred e Mary Anne Trump, o presidente eleito nasceu em uma família que fez fortuna no ramo da construção civil. Formado pela Universidade da Pensilvânia, assumiu os negócios familiares em 1971, comandando a empresa que, mais tarde, ficaria conhecida como Organização Trump. Donald também foi apresentador de TV e teve pequenas participações em seriados americanos. Com cinco filhos, ganhou fama com o reality show “O Aprendiz”. Foi processado cinco vezes e enfrentou 18 acusações de crimes sexuais, todas negadas por ele.
A eleição de 2016 foi a primeira vez que Trump se candidatou a um cargo público, e ele venceu. Seu mandato é lembrado por muitos americanos por seu crescimento econômico, mas também criticado pela gestão da pandemia e por suas alegações sobre fraude no processo eleitoral. Aos 78 anos, o republicano, ex-democrata, volta à Casa Branca.
Impacto no Brasil
Trump prometeu aumentar as tarifas de importação dos EUA em 10% a 20% para a maioria dos produtos, incluindo os provenientes de aliados, e em até 60% para os itens da China. Para o Brasil, de acordo com especialistas, essas medidas podem afetar diretamente setores como o agrícola, biocombustíveis e ferro e aço, dificultando o acesso desses produtos ao mercado americano e reduzindo a competitividade das exportações brasileiras.
No ano passado, a balança comercial com os EUA foi desfavorável ao Brasil. As exportações brasileiras somaram US$ 36,9 bilhões (R$ 213,4 bilhões), enquanto as importações totalizaram US$ 38 bilhões (R$ 219,8 bilhões). As vendas de produtos primários como ferro e aço representaram 13% do total exportado, seguidas por itens de engenharia civil e condutores (4,8%) e grânulos e ferro-ligas (4,6%).
“Aço, alumínio e cobre brasileiros já estão sendo afetados pelas medidas antidumping. Além desses produtos, temos uma exportação importante de autopeças e partes de equipamentos, principalmente a partir de multinacionais americanas instaladas no Brasil”, analisou Welber Barral, em entrevista à Folha de S. Paulo.