Entrada de argentinos pela fronteira terrestre no Brasil cai 40% no início de 2024

Negócios da fronteira sentem o impacto da redução no movimento de turistas argentinos. RS é a segunda maior porta de entrada de estrangeiros do país.

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O número de argentinos que entraram no Brasil pela fronteira terrestre no início do ano caiu quase 40%. Segundo dados da Aduana de Uruguaiana, no RS, em 2023, pouco mais de 47,7 mil viajantes chegaram ao país vindo de Paso de Los Libres, na Argentina, nos primeiros sete dias do ano. Esse número caiu para 29,2 mil neste ano.

Argentinoms e a fronteira terrestre | Brasil

Aduana é a segunda maior porta de entrada de estrangeiros no país, atrás apenas do Aeroporto Internacional de Guarulhos, em São Paulo.

A instabilidade econômica e a política de preços do novo governo argentino estão por trás dessa queda, como analisa a professora de Relações Internacionais da PUCRS, Luana Geiger.

“Por exemplo, os preços dos combustíveis aumentaram em 90% desde o início do governo Milei, ou seja, há menos de um mês. Em certa medida, quase duplicaram, o que torna os argentinos mais cautelosos”, afirma.

Impacto no comércio e no bolso dos turistas

A empresária Nádia Felin é dona de um minimercado próximo à ponte internacional e sentiu a queda no movimento. Há 20 anos atendendo no mesmo local, ela conta com 90% do público vindo da Argentina, realidade que mudou neste ano.

“Nessa época de férias, era o momento que eles mais transitavam e deixavam um valor considerável aqui para a cidade. E, agora, não tem nem 50% que eles estão chegando”, descreve.

A família do servidor público Marco Cassara vai cruzar o RS em uma viagem de mais de 2 mil quilômetros até Santa Catarina.

“Sou da Argentina, São Miguel de Tucumã. Venho com a minha família já faz muitos anos. Vamos passar 15, 18 dias em Canasvieiras. Eu tinha 17 anos a primeira vez que vim. Eu trocava 100 pesos e me davam R$ 200”, diz.

Para conseguir os mesmos R$ 200 hoje, Marco precisa gastar 33.260 pesos.

“Desta maneira, com esforço, sacrifício, e trabalho, podemos nos dar alguns gostos e sair de férias”, diz.

Fonte: G1

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