O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, comentou nesta quarta-feira (6) sobre o clima tenso nos mercados após a vitória de Donald Trump nas eleições presidenciais dos Estados Unidos. Para Haddad, o dia começou com mais apreensão, em razão de declarações feitas pelo republicano durante a campanha, que causaram incertezas globalmente, especialmente em mercados emergentes e países com alto nível de endividamento.
No entanto, Haddad destacou que o discurso de vitória de Trump foi mais moderado do que as promessas feitas durante a campanha. “O que foi dito na campanha causou apreensão no Brasil e no mundo, mas entre o que foi dito e o que vai ser feito, há uma diferença. O discurso pós-vitória já é mais equilibrado”, afirmou o ministro.
Ele também ressaltou que, apesar da tensão global, o Brasil deve focar nas suas próprias questões econômicas e políticas. “Temos que cuidar da nossa casa e aguardar um pouco mais para ver como as coisas vão se desenrolar”, disse Haddad. Ele também minimizou a possibilidade de impacto direto nas relações Brasil-EUA, destacando que não existe uma relação automática entre as eleições nos dois países.
A vitória de Trump, anunciada por volta das 7h30, representou uma guinada significativa para a direita nos Estados Unidos. O republicano obteve 276 votos do Colégio Eleitoral, superando a marca necessária para a vitória. Além disso, ele teve um desempenho superior ao de 2016, conquistando também o voto popular, com 68 milhões de votos, frente aos 62,9 milhões de Kamala Harris.
Haddad comentou ainda sobre o fenômeno da extrema-direita, que tem se expandido globalmente. Segundo ele, esse movimento não é novo, mas está se intensificando em diversas partes do mundo, incluindo os EUA.
O ministro concluiu que é importante não precipitar avaliações sobre o impacto de um novo governo dos Estados Unidos na economia brasileira, lembrando que, enquanto o ambiente global está tenso, a prioridade deve ser a estabilidade interna e o gerenciamento da política fiscal do país.
A eleição de Trump marca também o retorno de um republicano ao cargo de presidente dos EUA como o mais votado desde 2004, quando George W. Bush conquistou o apoio da maioria do eleitorado.