O governo do Japão pretende liberar um pacote de estímulo fiscal – que vale aproximadamente 10% da produção econômica anual – para combater o impacto do surto de coronavírus, informou o jornal Nikkei nesta quarta-feira (25).
O pacote, que vale mais de 56 trilhões de ienes (US$ 503 bilhões, incluirá pagamentos em dinheiro para famílias que viram sua renda cair devido à pandemia, disse o jornal, sem citar fontes.
Crise da saúde
Esse tamanho de estímulo colocaria o Japão em linha com as intervenções de outros grandes países desenvolvidos para conter o choque da crise da saúde que fechou lojas e escritórios, isolou populações e levou as cadeias de suprimentos perto do ponto de ruptura.
Os pagamentos em dinheiro podem começar já em maio, com o governo considerando oferecer a cada família até 300 mil ienes.
O governo compilou um pacote de estímulo de 26 trilhões de ienes em dezembro passado para lidar com o impacto da guerra comercial Estados Unidos-China na economia japonesa, dependente de exportação.
Como grande parte disso ainda não foi gasta, o governo desviará algumas medidas contra o coronavírus. Além disso, fornecerá fundos adicionais de até mais de 56 trilhões de ienes.
Verbas podem ser aprovadas em abril
Um orçamento suplementar para financiar o novo pacote será aprovado pelo gabinete no início de abril e enviado ao parlamento. O objetivo é que seja aprovado no final desse mês, de acordo com o Nikkei.
Fontes disseram à agência de notícias Reuters que o governo está trabalhando em um pacote de estímulo no valor de 30 trilhões de ienes. Incluindo gastos fiscais diretos superiores a 15 trilhões de ienes.
Proibições de viagens em todo o mundo e cancelamentos de eventos, incluindo a Olimpíada de Tóquio, aplicaram tensões adicionais sobre a economia do Japão. Sendo que ela já estava à beira da recessão.
Enquanto o governo almeja grandes gastos, o Banco do Japão também está pronto para expandir o estímulo pelo segundo mês consecutivo em abril. Se a pandemia levar a cortes de empregos e gastos de capital grandes o suficiente para prejudicar as perspectivas de recuperação econômica, dizem fontes.
*Agência de notícias britânica por Agência Brasil