Conseguir acesso ao atendimento médico pelo SUS no Hospital da Brasilândia, na Zona Norte de São Paulo, é uma reivindicação literal, como mostra o vídeo enviado por Neuza Maria Ferreira do Nascimento. A aposentada, de 64 anos, mora no bairro há 40 e é vizinha do Hospital. “Estou aqui desde que ele era promessa e, hoje, vendo essa estrutura maravilhosa, pronta, bonita, não me conformo com o descaso e a falta de sensibilidade dos que decidem as coisas e não percebem que falta uma entrada melhor para as pessoas, assim com mais médicos para atender a gente”, resume a moradora.
Ela usou o celular para mostrar que a principal entrada de pedestres, na Avenida Michihisa Murata, 150, com cancela e portaria de identificação é segura, mas não acessível. “Olha o tamanho desta estrutura. É mais de uma quadra e só uma entrada na frente é pouco. Nós queremos que haja uma entrada também nesta parte de trás, onde tem inclusive um corredor que é para quem está a pé ir até a emergência. Mas hoje só entra por aqui ambulâncias”, explica dona Neusa. E antes que a gente ache um exagero ela emenda contando que “ontem mesmo, uma senhora de idade e cadeirante não conseguiu dar a volta no terreno para chegar a portaria principal e desistiu de buscar ajuda”.
Com a vivência de anos ali ao lado a moradora conta que situações como a da cadeirante não são casos isolados. “Todos os dias há gente aqui neste portão pedindo por favor para entrar porque não tem força para dar a volta. Ninguém vem para o hospital bem, então, é uma caridade que eles podem fazer e facilitar a entrada da gente”, clama a aposentada. Ela conseguiu levar suas reivindicações a alguns políticos que atuam no bairro, recebeu um assessor de deputado na semana passada e espera que eles ajudem a tomar providência. Mas como quem precisa de atendimento médico tem pressa, Dona Neusa também está recorrendo aos meios de comunicação e publicando seus vídeos nas redes sociais para sensibilizar a Prefeitura de São Paulo, que gerencia a unidade.
Promessa de melhoria
A melhoria no Pronto Atendimento e a inclusão de mais especialidades médicas no Hospital da Brasilândia é uma reivindicação antiga da comunidade e que deve ser contemplada no processo de licitação que está em andamento. A licitação para a escolha da nova Organização Social que administrará a unidade prevê a contratação de mais profissionais e aumento no número de atendimentos.
Vale lembrar que o Hospital Municipal da Brasilândia Adib Jatene é um dos mais modernos da capital paulista. Foi entregue em 2020, com 41 mil m² de área construída, e custou R$ 275 milhões. A prefeitura, em parceria com o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), investiu com a promessa de atender de atender 2,2 milhões de moradores da região.
Fonte: São Paulo de Fato