Devido às medidas de isolamento social impostas pela pandemia da Covid-19, percebeu-se uma redução na demanda por transporte de pessoas e um aumentou no de bens e serviços de saúde. Os principais exemplos são as demandas emergenciais de equipamentos respiratórios para hospitais ou mesmo das próprias vacinas contra o novo coronavírus. O transporte de mercadorias e alimentos no Brasil também aumentou, já que uma vez confinadas, as pessoas passaram a fazer mais pedidos online, aumentando a demanda das transportadoras e entregadores. A importância do setor logístico se tornou mais aparente que nunca nesta pandemia.
As empresas que trabalham neste segmento tiveram que aumentar suas capacidades de produção diante do volume de materiais transportados, contratar mais pessoas e, também, investir na capacitação de profissionais nos centros de distribuição, estoque e armazenagem, de carga e descarga assim como, de equipamentos de manuseio de materiais para atender o maior fluxo das atividades.
“É difícil estimar com precisão o quanto aumentou a demanda para operadores logísticos uma vez que continuamos ainda em plena pandemia, mas acredito que se considerarmos cada setor da economia, o aumento pode chegar a mais de 100% uma vez que o único meio de vendas de produtos durante o colapso da pandemia foi o comercio eletrônico enquanto as lojas físicas estavam fechadas. Então, a entrega de todos os pedidos está sendo feita por meio de frete ou melhor, de transportes movimentando assim a economia e garantindo o bem-estar das pessoas em confinamento social”, relata o professor Dr. Koffi Amouzou, coordenador do curso de logística da Unyleya, uma das primeiras Instituições de Ensino 100% EAD no Brasil.
Segundo ele, houve um grande salto no setor. Os estudos de especialistas do e-commerce registram que cerca de 25% a 30% das vendas que migraram dos pontos físicos para o e-commerce continuarão dessa forma após a pandemia. Um outro fator apontado nas pesquisas é a mudança de comportamento dos consumidores, pois cerca de 46% dos brasileiros fizeram compras online na pandemia, sendo que 7% utilizaram esse canal pela primeira vez.
Mas, afinal, o que mudou no segmento logístico?
Amouzou explica que o crescimento do e-commerce exigiu do varejo uma adaptação rápida e eficiente à nova realidade. Por consequência, para atender a essas demandas, as empresas de logística também precisaram rever processos como entrega e distribuição fracionada.
A pandemia mostrou a importância da tecnologia e da inteligência artificial no gerenciamento dos processos logísticos. Muitas empresas que tinham gestão manual de estoques e pouca flexibilidade logística passaram a apresentar problemas com o aumento da demanda no período de maior isolamento social.
Mercado de trabalho aquecido: Capacitação é fundamental
O setor logístico no Brasil e no mundo tem proporcionado muitas vagas de emprego nos últimos anos e a pandemia proporcionou um salto nas oportunidades. Ao mesmo tempo, isso exige dos profissionais novos conhecimento em gestão de estoque, armazenagem, roteirização de transportes para o planejamento das operações de carga e descarga. O domínio das tecnologias de informação passou a ser fundamental com o avanço da transformação digital do setor, que usa cada vez mais sistemas para controle de estoque e armazenagem nos centros de distribuição, monitoramento e rastreamento de frotas. As habilidades de liderança e de trabalho em equipe também têm importância ímpar.
As atividades exigem conhecimento de processos para tomada de decisões voltadas para a gestão ágil na cadeia de suprimentos, agregando mais valor ao ecossistema logístico. Assim o profissional da área precisa ter competências para avaliar e analisar os processos e resultados de suas ações de forma eficiente, eficaz, efetiva, econômica, ecologicamente correta e eticamente profissional, o que o setor chama de profissional “6E”.
“De fato, é muito evidente entender a importância dos profissionais de logística para sociedade uma vez que o exercício da sua profissão proporciona o bem-estar das pessoas e a movimentação da economia pelo fluxo e geração de mercadorias entre a indústria e os consumidores finais. Isso se confirma, pela felicidade das pessoas quando recebem suas encomendas dentro do prazo ou quando conseguem acompanhar seus pedidos por meio de um aplicativo do seu smartphone em tempo real”, finaliza o professor.