O indicador de recuperação de crédito – obtido a partir da quantidade de exclusões dos registros de inadimplentes da base da Boa Vista – registrou avanço de 1,4% em setembro contra agosto, já descontados os efeitos sazonais. Na comparação com setembro de 2018, houve aumento de 3,2%. No ano, porém, o indicador acumula queda de 4,6%.
Indicador por região
Em termos regionais, o acumulado do ano apresenta alta apenas na região Norte (1,5%). Em sentido oposto, na região Sul foi registrada a maior redução (-9,8%), seguida do Centro-Oeste (-4,2%), Sudeste (-4,1%) e Nordeste (-3,1%).
Na comparação mensal, contudo, todas as regiões apresentaram avanço em setembro. Na comparação interanual (setembro de 2019 contra setembro de 2018), Centro Oeste (-2%) e Nordeste (-1,7%) apresentaram queda da recuperação, enquanto Sudeste (4,7%), Norte (6,2%) e Sul (6,2%) apresentaram altas significativas.
Se, por um lado, o indicador de registros de inadimplência vem apresentando queda em 12 meses, sugerindo que boa parte dos consumidores ainda estão conseguindo manter em dia o pagamento de novas dívidas, por outro lado, o indicador de recuperação também segue em queda nesta base de comparação (-3,3% em setembro), sinalizando dificuldade dos consumidores com dívidas em atraso de reequilibrarem a sua situação financeira e saírem do cadastro de inadimplentes. Entre os principais fatores por trás desta dificuldade, é possível apontar os elevados níveis de desocupação e subutilização da mão de obra e o fraco crescimento da renda.
Recuperação oscilante
Na comparação mensal, por sua vez, o indicador de recuperação segue oscilante. Após alta em julho, o indicador recuou em agosto, mas voltou a subir em setembro, para o que pode ter colaborado o resgate dos recursos do FGTS, em grande parte dos casos utilizados pelos consumidores para o pagamento de dívidas atrasadas – de acordo com pesquisa da Boa Vista, 56% dos que fariam o saque do FGTS utilizariam o dinheiro para pagar as contas, sendo que 42% iriam pagar as atrasadas e 14% as contas que estavam em dia.
Favorece também o aumento da recuperação a redução das taxas de juros, que abre oportunidades aos consumidores de renegociação das dívidas atrasadas.