São Paulo – SP 13/7/2021 –
Demanda por habitação segue em alta e não deve refrear após subida da taxa Selic
O recente aquecimento do mercado imobiliário de alto padrão não está ameaçado pela subida da taxa Selic. Pelo menos é o que acreditam os especialistas da Golden Grass , uma incorporadora focada em imóveis de luxo no interior de São Paulo.
Na última reunião do Comitê de Política Monetária do Banco Central (o COPOM), a meta da taxa Selic subiu de 3,50% para 4,25% ao ano, um aumento de 0,75%, considerado relativamente alto em relação aos movimentos mais discretos dos últimos tempos.
Para muitos, o crescimento da Selic (que já quase dobrou em relação ao mesmo período do ano passado, quando estava a 2,25%) pode frear o aquecimento do mercado imobiliário, especialmente em relação ao segmento de imóveis de luxo. Mesmo com esse cenário, os especialistas da Golden Grass concordam que o segmento de imóveis de luxo continua atraente para os investidores.
Isso acontece porque o crescimento da Selic ainda não é considerado grande o suficiente para frear a demanda do mercado. Isso porque, de acordo com as expectativas do Banco Central, a Selic ainda está baixa para conter o aumento da inflação, que está projetada em 5,8% (IPCA). Portanto, o mercado imobiliário ainda se apresenta como uma boa alternativa no mercado financeiro, considerando o baixo desempenho dos títulos atrelados à Selic e ao CDI, ambos rendendo menos do que a inflação no momento.
De 2019 para cá, a Selic reduziu até chegar ao seu valor mínimo histórico, inclusive perdendo para a inflação em alguns momentos. Isso fez com que o rendimento de opções de Renda Fixa ficasse muito comprometido e, portanto, estimulasse os investidores a procurar por novas opções no mercado.
Considerando que os resultados do mercado imobiliário nos últimos tempos (rendeu 208,94% de 2008 até 2019, contra 88,77% do Ibovespa, de acordo com comparativo de uma plataforma de imóveis), a compra de imóveis de alto padrão continua sendo uma opção atraente para os investidores.
Como o mercado imobiliário de alto padrão costuma ser um investimento planejado e com retornos financeiros a longo prazo, o crescimento da Selic não deverá provocar mudanças significativas para esse nicho de investidores.
Quando se trata de ativos imobiliários de alto padrão, o tempo de negociação é maior comparado aos imóveis populares. O investimento também é muito maior e, consequentemente, seu retorno a médio e longo prazo continua sendo um dos mais rentáveis e significativos.
Outro fator que estimula o aquecimento do mercado imobiliário é a readequação da visão do imóvel perante o brasileiro de alta renda.
Desde o começo da pandemia do novo coronavírus, uma boa parcela da população se viu em casa de isolamento social ou trabalhando no modelo home office (46% das empresas nacionais adotaram esse regime no período).
Com isso, houve uma valorização da importância dos imóveis perante o público, que pode ser constatada em diversos números divulgados pelo mercado, desde o aumento na compra de materiais de construção para reformas ou itens de decoração até o crescimento no número de negócios fechados no mercado imobiliário.
É fato que nem todos os imóveis que se enquadram como alto padrão podem ser vistos como um bom negócio. Existe uma série de fatores que devem ser levados em consideração para avaliar se o imóvel é ou não um ativo em potencial. Essa avaliação deve ser feita de forma criteriosa, devendo-se levar em conta características que são essenciais para esse padrão de investidor, dentre elas: a localização do imóvel, seu entorno, a infraestrutura, segurança, tipo de arquitetura e até o acabamento deve ser avaliado no momento da compra.
Segundo levantamento de uma plataforma de corretores de imóveis, 46% dos corretores do mercado fizeram novos negócios durante a pandemia e 63% deles notaram crescimento nas vendas. Um dos principais destaques do segmento, para os corretores, foi o segmento de imóveis de alto padrão, com valor acima de R$ 5 milhões. Esses imóveis foram comercializados acima da média durante a pandemia.
Por enquanto, portanto, o mercado imobiliário segue imune à subida da Selic, pelo menos dentro do segmento de imóveis de luxo.