Especialista em Investimentos avalia alta da projeção do PIB que dá sinais de que o mercado está confiante na política monetária
Rio de Janeiro 6/7/2021 –
O contínuo crescimento da economia global e o avanço da vacinação elevaram a projeção econômica pela décima semana consecutiva
Pela décima semana consecutiva, as projeções do mercado deram indícios de que o PIB poderá fechar o ano de 2021 em alta.
O Boletim Focus do Banco Central, divulgado na última segunda-feira de junho (28), apresentou PIB de 5,05%. As informações foram compiladas até a última sexta-feira anterior (26), por meio de dados enviados por mais de 120 operadores credenciados pelo Bacen.
Na opinião de Sonia Martire, sócia e assessora da Monet Investimentos e especialista no mercado financeiro há mais de 18 anos, o avanço da vacinação e o contínuo crescimento da economia global são os principais indicadores que contribuem para a projeção: “Para o PIB, a projeção para o crescimento da economia brasileira foi para 5,05%, já sendo a décima semana consecutiva de alta, em função da alta do primeiro trimestre de 1,2% do PIB, além do avanço da vacinação e o contínuo crescimento da economia global”, analisa a especialista.
O resultado da mediana também mostrou mais uma vez que o mercado elevou a projeção do índice de inflação, saindo de 5,90% e chegando a 5,97%, sendo a décima segunda alta consecutiva. Esse fato pode ter ligação com a disseminação de aumento dos preços que vem ocorrendo no país, como a elevação dos combustíveis e também da energia, para a qual está prevista uma correção de tarifa de até 10%, refletindo direto no IPCA. Para o ano de 2022, a projeção foi mantida em 3,78%, sinal de que o mercado está confiante na política monetária que está sendo implementada.
Segundo a assessora da Monet Investimentos, Sonia Martir, investidores precisam estar atentos em relação às projeções da inflação e monitorá-las, verificando se os rendimentos estão rendendo acima da inflação, pois, caso contrário, haverá a deterioração do patrimônio, ocorrendo a perda do poder de compra.
Aumento da Taxa Selic pode influenciar na renda fixa
O centro de meta da inflação, fixada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) em 2020, é de 3,75%. Neste caso, ela só será cumprida caso fique entre 2,25% e 5,25%, o que não está sendo visto nas últimas projeções. O Banco Central, com a função de tentar alcançar a meta, pode elevar ou diminuir a Taxa Selic.
A projeção do último relatório Focus trouxe uma Taxa Selic de 6,5% para o final de 2021, seguindo o mesmo patamar para 2022.
Para Sonia, o aumento da Taxa Selic pode influenciar diretamente na renda fixa. “Uma expectativa de alta da Selic faz a curva de juros abrir e consequentemente haver a marcação do mercado nos títulos de renda fixa. Além disso, começa a volta do interesse dos investidores em papéis indexados no CDI, para aqueles que acompanham a Taxa Selic”, salienta Sonia Martire.
O aumento da Selic fará com que as empresas endividadas tenham que pagar mais juros, o que acarretará uma diminuição dos lucros, afetando também o valor das ações. Esse fato tende a ser balanceado se o crescimento da economia for contínuo, conforme vem acontecendo nas projeções, pois esse aumento pode favorecer o aumento dos lucros das empresas. Enquanto o dólar comercial manteve a sua projeção de R$5,10 para 2021, permanecendo estável em R$ 5,20 para 2022.
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