São Paulo 30/6/2021 – Em algumas horas do dia, tipicamente no meio da tarde até o início da noite pode haver corte de fornecimento
Os últimos 10 anos têm sido bem ruins em termos de chuvas, em apenas um ano choveu de acordo com média, o resto foi abaixo dela
Ficar sem energia elétrica é um grande receio das pessoas, principalmente durante este período em que o país está passando por sua maior crise hídrica desde 1931. Afinal, sem energia elétrica praticamente nada mais acontece.
Mas qual é a relação entre falta de água com energia elétrica?
A matriz elétrica brasileira é predominantemente hidráulica, o que significa que a maior parte da energia gerada é proveniente de usinas hidroelétricas que utilizam a água como fonte energética. Embora esse seja um fator positivo na questão de sustentabilidade, traz como contrapartida a dependência de condições climáticas para que as usinas operem em sua efetividade e como consequência a falta de uma previsibilidade mais assertiva.
Quando ocorre a falta de chuva dentro dos índices esperados, há prejuízo nos níveis dos principais reservatórios de água e por isso as usinas termelétricas passam a funcionar para gerar essa energia. A diferença é que as termelétricas que usam gás, carvão ou óleo diesel são bem mais caras do que as usinas que usam água dos rios e chuvas e esse custo é repassado aos consumidores na conta de luz.
Para sinalizar essa condição hidráulica é que foi criado o sistema de bandeiras, que informa aos consumidores quando a conta ficará mais cara se for mantido o mesmo consumo.
E com relação a ficar sem energia, existe mesmo esse risco?
É importante contextualizar que no Brasil as vazões dos rios, volume de água passando por um determinado ponto do rio, são medidas diariamente desde 1931. Com base nesse histórico de medições é possível saber qual a média de vazões, o pior ano, entre outras informações.
Os últimos 10 anos têm sido bem ruins em termos de chuvas, em apenas um ano tivemos chuvas na média, o resto foi abaixo. O ano de 2014 foi crítico e no último período úmido, de novembro/20 a abril/21, nas regiões Sudeste e Centro-Oeste, as vazões vieram no pior nível registrado em 90 anos de medições. Com isso, os rios dessas regiões encolheram e os reservatórios das hidrelétricas estão com muito menos água do que no ano passado.
Isso quer dizer que vai haver racionamento, como em 2001? Não necessariamente, afirma Raphael Ruffato, sócio-fundador da Lead Energy.
“Os especialistas que operam o sistema afirmam não ser preciso forçar a redução do consumo, como em 2001. Mas vamos ter que buscar melhorar nosso padrão de consumo, eliminar desperdícios, tomar banhos mais rápidos. Em algumas horas do dia, tipicamente no meio da tarde até o início da noite em que os condicionadores de ar estão no seu máximo e as pessoas chegam em casa, o consumo atinge o máximo e é nessas horas que pode haver corte de fornecimento, porque o sistema não terá água para girar as turbinas adicionais necessárias para atender esse pico de consumo. No resto das horas não deverá faltar energia” complementa.
Portanto, para quem tem um gerador a diesel, é hora de deixá-lo bem ajustado e contratar o fornecimento de combustível. Já quem tem placas solares instaladas, além de economizarem na conta de luz, ajudam o meio ambiente e, principalmente agora, garantem o fornecimento nos horários de maior consumo do sistema.
“Para enfrentar esses próximos meses, você pode instalar placas solares, comprar energia direto do vendedor ou fazer um trabalho de eficiência energética para eliminar focos de consumo desnecessário de energia na sua planta industrial ou comercial”, conclui Raphael Ruffato.
Website: http://www.leadenergy.com.br