Salvador, BA 10/9/2021 – Habilidades importantes para o controle financeiro são transferidas a figuras masculinas. Nós, mulheres, dificilmente somos estimuladas a lidar com dinheiro
Elas estão entre os grupos que mais empreenderam no último ano e ferramentas digitais são aliadas para vencer desafios, como a gestão financeira do próprio negócio
As mulheres estão entre os principais grupos que mais empreenderam no último ano, encontrando nos desafios impostos pela pandemia um território mais fértil para tirar projetos do papel e se sobressair no mundo dos negócios. De acordo com o relatório da Global Entrepreneurship Monitor (GEM), houve uma expansão de 49% do empreendedorismo feminino em relação a 2019.
Para além de ajudar a promover a igualdade de gênero no empreendedorismo, este movimento também proporciona às mulheres a oportunidade de adquirir a independência financeira. Esse, inclusive, é um dos motivos revelados pelo relatório Global Gender Gap Report 2020, realizado pelo Fórum Econômico Mundial, para que as mulheres fundassem as próprias empresas: 36% delas empreendem para se tornar a fonte de renda da família em um cenário de falta de emprego, como o vivido no último ano.
Mas empreender pode não ser mesmo fácil: exige estudo, conhecimento, tempo e investimento – e pode ser ainda mais desafiador para as mulheres. Culturalmente, é dada à figura feminina a responsabilidade das tarefas domésticas. E, com o acúmulo de funções, na pandemia, muitas se viram obrigadas a “dar um tempo” nos negócios para se dedicar à educação dos filhos, até então no ensino remoto.
E estas questões culturais são, ainda, o motivo mais profundo por trás de uma outra dificuldade que muitas têm ao empreender: a falta do conhecimento e prática de uma boa gestão financeira, capaz de manter a empresa funcionando em períodos de crise. Pelo menos é o que acredita a especialista em gestão financeira, Raquel Santos. “Habilidades importantes para um melhor controle das finanças, como saber precificar produtos, serviços e definir, inclusive, o pró-labore, por exemplo, são transferidas a pais, maridos, irmãos sem necessariamente serem capacitados para isso, mas apenas por serem figuras masculinas. Nós, mulheres, dificilmente somos estimuladas a lidar com dinheiro”, explica.
Ainda de acordo com a especialista, a pandemia evidenciou a necessidade de se ter reservas que permitam a sobrevivência por um longo período num cenário de baixas entradas financeiras. Mas, para isso, é preciso um conhecimento e organização que, muitas vezes, falta a boa parte das empreendedoras. É o caso de mulheres como a empresária Samantha Santos. Dona de um estúdio de pilates em Salvador, ela não conseguia ter o controle de entradas e saídas do seu negócio. “Eu misturava o dinheiro da empresa com o pessoal, porque não conseguia separar a Samantha ‘pessoa física’ da ‘pessoa jurídica’. Então, apesar do meu estúdio nunca ter entrado no vermelho, eu também nunca tinha dinheiro para fazer uma reserva, porque tudo que ia entrando, já ia saindo”, conta. Entretanto, cada vez mais a tecnologia tem se apresentado como uma alternativa para ajudar mulheres como ela a administrarem seus negócios.
O empreendedorismo feminino “está ON”
Dona de uma empresa de higienização de sofás desde 2018, a empresária Yve Góes também tinha dificuldades para administrar suas finanças e recorreu à tecnologia para fazer essa gestão. Entretanto, sua experiência não foi tão positiva. “Durante 03 meses, utilizei um aplicativo para finanças pessoais, mas achava monótono e não gostei muito de como ele funcionava. Nem me lembro como se chamava! Eu queria que ele me mostrasse com clareza sobre meus custos, e me mostrasse formas de melhorar isso”, conta.
Para a expert em gestão financeira, Raquel Santos, a criação de ferramentas digitais precisa da participação feminina para incluir aquilo que faz sentido às necessidades das mulheres, de maneira inteligente e dinâmica. E a tecnologia pode ser aliada inclusive para resolver a falta de prática que empreendedoras têm na gestão do dinheiro de seus negócios. “Uma plataforma de gestão financeira, por exemplo, como a iDelas, de minha autoria, pode ajudar a transformar a gestão do dinheiro do negócio em uma tarefa prática e até divertida. Diferente de outros aplicativos do mercado, que funcionam basicamente como um repositório de dados, a iDelas conta com inteligência artificial, além de um sistema de gamificação, que possibilita o controle das entradas e saídas financeiras, precificação de produtos e serviços, cobrança automatizada, além de outras funcionalidades de gestão pensadas para mulheres”, explica.
A plataforma, que ainda está em fase de pré-lançamento, é ansiada pela dona do estúdio de pilates, Samantha Santos. “Ter na palma da mão, ou na tela do computador, uma ferramenta que, de forma inteligente e dinâmica, faça toda a gestão financeira do seu negócio por você, é o sonho de qualquer empreendedor”, comenta. “É fato que o espaço digital tem sido cada vez mais ocupado pelas mulheres. Então, por que não fazê-lo com que se adeque ainda mais às nossas necessidades?”, finaliza Raquel.