São Paulo 19/10/2021 –
A maior parte dos trabalhadores em home office é da região Sudeste do Brasil
Segundo estudo divulgado no dia 15 de julho deste ano pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), 11% dos profissionais ativos em território nacional realizaram suas atividades trabalhistas remotamente. Como pano de fundo para o fenômeno, está a pandemia de Covid-19, que exigiu medidas de restrição à aglomeração e trânsito de pessoas.
As informações usadas no estudo foram coletadas pela Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD), feita pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) entre os meses de maio e novembro de 2020.
Naquela época, 74 milhões de trabalhadores brasileiros estavam executando as suas funções no país. Entre eles, 8,2 milhões estavam no formato home office. A maioria é da região Sudeste, da cor branca e com ensino superior completo.
Segundo o pesquisador do Ipea, Geraldo Góes, o foco do estudo é realizar uma investigação do home office em território brasileiro no ano passado: “Assim é possível traçar um panorama, em grandes números, do trabalho à distância no Brasil durante a pandemia de Covid-19”, apontou.
O que os números dizem
Dentro dos números de trabalhadores em home office em 2020, 4,7 milhões são do Sudeste, ou seja, quase 60% nesse formato de trabalho. A região Norte, por sua vez, concentrou a proporção mais baixa, com 3,3% de profissionais trabalhando remotamente.
Em relação ao perfil dos trabalhadores do Brasil em home office, o estudo do Ipea mostrou que 56,1% eram mulheres; 65,6%, brancos; 74,6% tinham nível superior completo; 31,8% estavam na faixa etária de 30 a 39 anos e 63,9% possuíam empregos no setor privado.
Já em relação à análise por atividade profissional, o estudo mostrou que, em média, 51% das pessoas exercendo a função na educação privada estavam trabalhando remotamente. No setor financeiro privado, o número foi de 38,8%. Já na comunicação privada, o percentual foi de 34,7%. Os percentuais mais baixos estavam na agricultura (0,6%), logística (1,8%) e alimentação (1,9%).
Em relação à administração pública, os órgãos federais possuíram o maior número de profissionais em home office, com 40,7%. Já no âmbito estadual, o número foi de 37,1% e, no municipal, 21,9%. O estudo dirigido por Góes possui coautoria dos pesquisadores Felipe Martins e José Antônio Nascimento, sendo publicado com o título “Trabalho remoto no Brasil em 2020 sob a pandemia do Covid-19: quem, quantos e onde estão?”.
70% das empresas não definiram quando voltar ao escritório
Nesse sentido, segundo pesquisa da Dimep, empresa de produtos destinados ao controle de registro e acesso de ponto, 36,5% não possuem uma estratégia, 33,7% disseram que retornarão à rotina normal, mas sem uma data definida, e 18,3% continuarão com o trabalho remoto, o qual pode ser muito facilitado com um auxílio home office.
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