São Paulo 16/11/2021 – O bullying não acabou, nem mesmo está sob controle, apenas se escondeu por trás de uma de suas formas, o cyberbullying. Ana Paula Siqueira, advogada
O PISA 2018 demonstra má atuação de estudantes brasileiros e aponta a ausência às aulas, devido ao bullying como um dos motivos. Em pesquisa 2019, a UNICEF relata que 36% de adolescentes se ausentaram das aulas devido à esta agressão moral, no Brasil.
O Bullying não acabou, nem mesmo está sob controle, apenas se escondeu por trás de uma de suas formas, o cyberbullying e segue prejudicando o aprendizado brasileiro. É o que se percebe conforme apurado em pesquisas recentes.
O IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística divulgou em setembro deste ano, os dados de uma pesquisa realizada pelo PeNSE- Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar. Nesta, constatou-se a presença do bullying entre escolares.
Por ocasião do estudo, ocorrido entre os meses de abril e setembro, portanto, antes da pandemia de Covid-19, o problema dentro das escolas atingia a taxa de 23%. O levantamento também demonstrou a ação desta violência moral através da Internet. Na ocasião, o cyberbullying atingia 1 em cada 10 adolescentes dos 188 mil alunos brasileiros entrevistados. 13,2% de meninas e meninos entre 13 e 17 anos, declararam já terem sido vítimas de opressão, ofensas, intimidação moral ou humilhação, através da web.
A investida dos mal-intencionados tornou-se ainda maior com a vinda da pandemia de Covid-19, pois passaram a adotar a prática do bullying online, escondendo-se por trás de perfis falsos e acreditando na impunidade. O bullying, assim como o cyberbullying, traz consequências que impactam na saúde física e mental da vítima. As vítimas correm riscos que afetam o psicológico, o social, a integridade física e a aprendizagem. Uma condição de vida sadia é inviável para os que sofrem o problema.
Outro estudo apontou graves impactos no desempenho de escolares brasileiros. O Pisa (Programa de Avaliação Mundial de Estudantes), avaliação realizada internacionalmente para analisar o desempenho escolar, apontou uma resposta insuficiente por parte dos estudantes brasileiros e trouxe à tona os motivos desta atuação ineficaz. Um destes motivos é o bullying. O resultado da avaliação foi divulgado pela OCDE (Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico) e informou que 29% dos alunos brasileiros declararam ter sofrido bullying, enquanto 23% concordaram que sentem solidão na escola.
A analista de educação da OCDE destacou o fato de que alunos que sofrem bullying tendem a ausentar-se muito mais das aulas, e devido a isso acabam por perder muitos conteúdos. O documento alerta para a necessidade da escola ser local que vai além da aprendizagem. O ambiente deve favorecer também o desenvolvimento sociológico e emocional. No entanto, há outras circunstâncias que apontam o bullying como fator que atravanca a educação no Brasil.
Pesquisa realizada pela UNICEF em 2019 relatou que entre as principais consequências do bullying e cyberbullying está a perda das aulas. Conforme o estudo, 36 % dos adolescentes do Brasil, vitimados pelo problema, declararam já terem se ausentado das aulas por conta do bullying online. Em entrevista à revista ISTOÉ, a advogada especialista em direito digital e em combate ao bullying e cyberbullying, Ana Paula Siqueira Lazzareschi de Mesquita, conclui que: “Faltam treinamentos para funcionários, e muitos professores promovem a violência sistemática nas redes sociais. Há uma omissão das escolas no combate à prática.”
Segundo a especialista, convive-se em meio a uma geração analógica que ainda não compreendeu a gravidade dessa forma de violência.
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