São Paulo 10/12/2021 –
Segundo a Pantalica Partners, consultoria de gestão estratégica, é hora de ter cabeça fria e pé no chão. Empresários devem focar no curto prazo, melhorar suas operações e evitar investimentos de retorno tardio ou incerto
O mercado brasileiro já trabalha com enormes incertezas para o ano que vem e o otimismo, que se difundiu à medida que a vacinação contra a Covid-19 avançava, deu lugar à cautela. De junho para cá, as projeções de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) para 2022 foram reduzidas à metade, e há, inclusive, grandes bancos que preveem recessão. Como reflexo, no mesmo período, o Ibovespa saiu de seu recorde nominal, na casa dos 130 mil pontos, para algo em torno de 100 mil.
“O impacto da pandemia na produção de riqueza do país foi desastroso, e a retomada tem sido lenta e desigual”, afirma Salvatore Milanese, sócio-diretor da Pantalica Partners, consultoria de corporate finance e gestão estratégica. “Mesmo antes disso, porém, o Brasil já vinha em uma situação fiscal desequilibrada, com dívida crescente e gastos desordenados”, explica.
Segundo o executivo, “neste momento há uma tempestade perfeita: inflação galopante, crescimento baixo e desemprego alto. Ao mesmo tempo, os estímulos à economia, por meio de redução de impostos ou empréstimos subsidiados, têm sido cortados por falta de fôlego ou interesse”, diz. “Trata-se de uma situação bastante séria, o que torna difícil conjecturar as consequências sobre o setor privado. Em resumo, 2022 será um ano complicado para as empresas e elas precisam se preparar”.
Ainda de acordo com Milanese, “essa preparação envolve gestão de caixa disciplinada, redução de custos e controle de estoque, mas também uma visão de curto prazo – evitando investimentos cujo retorno financeiro é incerto ou tardio. A palavra de ordem para os empresários é simples: cabeça fria e pé no chão”, pontua.
Abaixo, seguem as recomendações da Pantalica às companhias que já estão vislumbrando 2022:
A gestão de caixa tem que ser disciplinada. É importante trabalhar com sabedoria o capital de giro. Se o gestor não souber como fazer, vale a pena contratar alguém que saiba.
Manter as operações e pensar em formas para torná-las mais eficientes – revendo processos e fazendo mais com menos. Quanto a serviços e produtos que dão prejuízo, avaliar se não vale a pena encerrá-los. O próximo ano não será fácil. Coordenar com cuidado o relacionamento com fornecedores e clientes. Com estes, tentar antecipar pagamentos. Com aqueles, negocie descontos e opções de financiamento.
É hora de ter foco no propósito existencial do negócio. Continue investindo na qualidade do que sua empresa oferece – seus clientes perceberão caso isso aconteça – e não tente inventar a roda agora. Investimentos cujo retorno seja no médio ou longo prazo devem ser evitados. Principalmente, caso isso signifique maior endividamento. Se há uma tempestade a caminho, não é o momento de se construir uma piscina, mas, sim, de reforçar a estrutura da casa.
Uma empresa não é só números e máquinas, é feita de pessoas. Vivemos um período sensível e conturbado, então é preciso ter ainda mais zelo com os recursos humanos. Cuidar e ter sensibilidade com os funcionários, pois com eles satisfeitos e motivados, o negócio terá mais chances de prosperar.
Website: http://www.pantalica.com.br