As 10 mudanças no consumidor pós-crise

Estudo da R/GA aponta os gatilhos culturais que devem impactar o comportamento da população e suas oportunidades para as marcas

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Em pouco tempo, a crise causada pela pandemia do novo coronavírus mudou a maneira como as pessoas vivem, se relacionam e consomem. Mais do que uma transformação imediata na rotina da população, a Covid-19 deve provocar impactos de longo prazo no comportamento das pessoas. Com esse cenário, as marcas enfrentam o desafio de entender essas mudanças e se reposicionar para um mundo pós-pandemia.

Pensando nisso, a R/GA promoveu o levantamento “Melhores Práticas para o Novo Normal” desenvolvido pelo time de estratégia da agência, com base em informações da R/GA Network Global e estudos sobre o mercado chinês, são as 10 mudanças no consumidor pós-crise. A pesquisa se propõe a entender como os assuntos que surgiram ao longo da pandemia podem impactar o comportamento do consumidor daqui para frente e como as marcas podem se adaptar a essas novas demandas.

Confira os 10 gatilhos culturais, que devem ter resultados permanentes na sociedade.

1 – A reinvenção da casa

Durante o isolamento social, a maioria das pessoas passou meses confinadas em suas casas. Muitas precisaram adaptar seus lares para a rotina de trabalho e estudo. Nesse período, o público buscou reproduzir experiências externas dentro de suas casas. As marcas também entraram no movimento, tentando ajudar nesse processo, com lives musicais, o crescimento de plataformas de trabalho digitais e programas de exercício em casa.

Oportunidade para as marcas: Segundo a R/GA, nesse ponto, a questão fundamental para empresas é entender como é possível criar experiências proprietárias também para o ambiente das casas. As limitações do espaço podem ser um estímulo para a criatividade.

2 – Novos heróis

Ao longo da pandemia, a população teve a oportunidade de valorizar o trabalho dos profissionais essenciais. Médicos, funcionários de saúde, limpeza, entregadores e outros foram os verdadeiros heróis desse período. Isso leva a uma revisão do conceito de celebridades e influenciadores, assim como um questionamento sobre o comportamento adotado por eles nesse período.

Oportunidade para as marcas: A partir de agora, as marcas podem pensar em formas de celebrar o esforço de pessoas reais e sua contribuição para o bem comum.

3 – A força da vulnerabilidade

A pandemia e o isolamento social levaram as pessoas a falarem sobre suas vulnerabilidades e compartilharem as dificuldades do momento. Temas como saúde mental ganharam ainda mais força nas redes sociais. Algumas marcas entenderam que podem ter um papel nesse cenário para ajudar ou aliviar pontos críticos, por meio de ações e conteúdo.

Oportunidade para as marcas: Segundo o levantamento, a chave estará em entender de que maneira as marcas podem trabalhar suas próprias vulnerabilidades e convidar o público para participar desse processo, ajudando a se tornarem melhores.

4 – Foco no coletivo

A situação de crise estimulou o público a se unir e pensar coletivamente. Empresas foram cobradas a fazer a diferença para seus funcionários, consumidores e a comunidade. Esse foco no coletivo deve se estender para uma revisão nos modelos de negócio e uso de dados.

Oportunidade para as marcas: Tendo seu propósito como bússola, as empresas precisam entender seu papel nas ações de responsabilidade social. Também pode ser o momento de rever seus valores e entender como é possível ter um impacto positivo maior na vida das pessoas.

5 – Local é o novo gigante

Junto com a digitalização e o home office, a valorização da produção local deve ganhar força como fator de compra. Durante a crise, as pessoas foram convidadas a apoiar a produção local e isso deve se manter no pós-pandemia. Grandes empresas também buscaram soluções para apoiar a cadeia de pequenos e médios empreendedores.

Oportunidade para as marcas: O estudo aponta que as marcas devem entender o que podem fazer, na posição de grandes players, para ajudar e empoderar as comunidades. Isso inclui criar e validar iniciativas com o apoio do público local.

6 – Valorização do essencial

A pandemia está afetando as famílias de diversas formas, inclusive, economicamente. Esse fator faz com que o público repense o que realmente é essencial. Dados da China apontam que comportamentos relacionados a saúde e alimentação seguirão como prioridade. No entanto, 61% dos chineses já estão reduzindo ou interrompendo gastos com itens de luxo.

Oportunidade para as marcas: Segundo o levantamento, essa é a hora de as empresas pensarem no que podem fazer para se manterem relevantes para o consumidor e investir em soluções econômicas, já que o público estará atento à relação custo x benefício.

7 – Digital e sem contato

O isolamento social acelerou processos de digitalização para empresas e o público. Consumidores que não estavam acostumados a usar serviços digitais tiveram seu primeiro contato com o e-commerce para manter a segurança nas compras. No setor financeiro, os serviços digitais também precisaram avançar nesse período.

Oportunidades para as marcas: Mais do que nunca, as companhias terão que pensar em como criar ou atualizar seus hábitos digitais. Para a R/GA, soluções que vão do online para o off-line podem ser uma saída para aprofundar o relacionamento com o consumidor.

8- Cocriação e cultura maker

Com mais tempo em casa e o orçamento apertado, as pessoas estiveram mais dispostas a testar novos hábitos e criar produtos ou soluções para o dia a dia. Esse movimento pode acentuar o surgimento de inovações e possibilidades criativas para a rotina e o trabalho.

Oportunidade para as marcas: As companhias podem aproveitar essa aptidão para sugerir iniciativas de cocriação com o público, que as tornem mais relevantes. Ações educativas ou que conectem paixões e hobbies podem ser bem-sucedidas.

9 – O auge da experiência

Quando o ápice da pandemia passar e as atividades forem retomadas, a oportunidade de viver experiências fora de casa deve ser ainda mais valorizada. O desejo de aproveitar a vida pode estimular tendências de moda, esportes radicais e tatuagens. Entretanto, a retomada vai exigir cuidados e regras de segurança.

Oportunidade para as marcas: As empresas terão o desafio de criar experiências que sigam as novas normas de convivência. Ao mesmo tempo, o desejo de conexão será uma oportunidade para reforçar o relacionamento com o público.

10 – Influenciadores especialistas

Apesar de terem seu comportamento questionado, o engajamento em perfis de influenciadores aumentou na pandemia. Um estudo recente da Kantar revelou que o desempenho dos anúncios em conteúdo desse gênero cresceu 40%. No meio desse dilema, devem se sobressair os criadores de conteúdo que tragam conhecimento e propósito.

Oportunidade para as marcas: Para a R/GA, as companhias terão que buscar influenciadores e experts que façam sentido para a marca, estejam alinhados com seus valores e promovam ações coletivas.

Fonte: Meio & Mensagem 

*Crédito da foto: JBKdviweXI/ Unsplash

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