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Confiança do consumidor paulista cai 7 pontos em março

Indicador da Associação Comercial de São Paulo é o pior registrado desde o início da pandemia; medo do desemprego e queda na renda contribuem para o pessimismo

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A confiança do consumidor paulista em relação à economia caiu para 71 pontos em março, sete a menos do registrado em fevereiro e dois a menos que maio e junho de 2020. Os dados são do Índice de Confiança São Paulo, pesquisa da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), feita pela Behup. O indicador varia de 0 a 200 e apontou que em março o poder de compra dos paulistanos está caindo. Os pesquisadores ouviram neste mês 800 pessoas pertencentes a todas as classes sociais na região metropolitana, no interior e no litoral.
O agravamento da pandemia, o fim do auxílio emergencial e as medidas restritivas para o comércio, bares e restaurantes estão sendo muito sentidos neste momento, de acordo com o economista da entidade Marcel Solimeo.
Em fevereiro do ano passado, quando não se tinha ainda a notícia de que havia grande número de contágios provocado pelo novo coronavírus no Brasil, a confiança estava em 102 pontos. Logo em seguida, este índice mais otimista foi caindo até maio e junho de 2020, meses que já registravam 73 pontos. Depois, começou a subir um pouco até outubro, época em que chegou a 85 pontos e voltou a cair novamente.
“Naquele instante havia menos medidas restritivas à economia e a sensação de que o contágio da doença estava um pouco mais controlado no país; à medida que as restrições chegavam, a confiança diminuía, mas nada que causasse um grande pessimismo no consumidor”, analisa Solimeo. De fevereiro para março, no entanto, houve esta queda brusca de 7 pontos. “Infelizmente, agora, a tendência é de que este quadro piore ainda mais, porque a pandemia está descontrolada.”
Situação financeira 
De acordo com a pesquisa, 56% dos consumidores entrevistados enxergam que sua situação financeira está ruim ou péssima, 10% a mais que em fevereiro. Do número total, apenas 21% dos paulistas se veem bem financeiramente, 8% a menos que no mês passado. Outro número preocupante é que 64% dos ouvidos se dizem insatisfeitos com suas finanças, 11% a mais que os números registrados na última pesquisa. Apenas 16% das pessoas estão satisfeitas economicamente, 9% a menos que fevereiro. “A população está mais pobre; portanto, os números da pesquisa não nos surpreendem”, afirma o economista.
Emprego
Neste mês, somente 18% dizem estar confiantes em relação aos seus empregos, aos de seus amigos ou familiares. Do total, 48% falaram estar um pouco ou muito menos confiantes. Este número é justificável quando se cruza com outro dado. Dos ouvidos, 72% disseram que ele próprio, um de seus familiares ou conhecidos perderam o emprego por causa da economia nos últimos seis meses. Além disso, 49% projetam que podem perder o emprego ou ver alguém de sua família nesta situação nos próximos seis meses. Do universo de entrevistados, 79% afirmaram ainda sentir que o desemprego vai aumentar no Estado de São Paulo. Em fevereiro, os pessimistas em relação à falta de emprego eram 62%.
“Estamos alertando já faz tempo que os empresários não teriam condições de segurar os empregos dos trabalhadores, caso não houvesse contrapartidas do poder público como a redução das alíquotas de ICMS, aumento de prazo para pagamento de outros impostos e acesso a crédito com juros baixos”, declara Solimeo. “As pessoas estão começando a perder os empregos e a tendência é piorar ainda mais se nada for feito de efetivo para ajudar os empresários”, emendou.
Consumo
Os paulistas também estão perdendo o poder de compra, segundo a pesquisa. Hoje, somente 18% se sentem mais confiantes em investir parte de suas economias em bens de grande valor como carro ou casa. No mês passado, 25% diziam estar com esta confiança. Os números são, praticamente, os mesmos quando as pessoas são perguntadas em relação a bens de valor médio necessários para as casas como geladeira ou fogão. Em março, só 17% mostram confiantes em fazer este tipo de compra, 11% a menos do que em fevereiro. “A falta do auxílio emergencial e o fechamento dos postos de trabalho contribuem para que o consumidor tenha poucas condições de movimentar a economia”, afirmou o economista. “Para resumir, quem comprou, comprou”, finalizou.
Acesse a pesquisa completa pelo link https://cutt.ly/GxRmWDM .
Sobre a ACSP
A Associação Comercial de São Paulo (ACSP), em seus 126 anos de história, é considerada a voz do empreendedor paulistano. A instituição atua diretamente na defesa da livre iniciativa e, ao longo de sua trajetória, esteve sempre ao lado da pequena e média empresa e dos profissionais liberais, contribuindo para o desenvolvimento do comércio, da indústria e da prestação de serviços. Além do seu prédio central, a ACSP dispõe de 15 Sedes Distritais, que mantêm os associados informados sobre assuntos do seu interesse, promovem palestras e buscam soluções para os problemas de cada região.

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