Copom mantém Selic em 10,50% a.a.

Análise BB

Em decisão unânime, em linha com a expectativa mediana de mercado e do time de economistas do BB, o Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom) decidiu, pela segunda reunião consecutiva, manter a taxa Selic em 10,50% a.a.

Do ponto de vista internacional, o Copom avalia que o cenário se mantém adverso, com riscos relativos à inflação devido ao mercado de trabalho fortalecido e a atividade robusta. Também destaca ser incerto os impactos e a extensão da flexibilização monetária dos Estados Unidos sobre as dinâmicas de atividade e inflação em diversos países, incluindo os emergentes.

Em relação ao cenário doméstico, o Copom ampliou suas preocupações, passando a considerar um balanço de riscos assimétrico para a inflação, em que a desancoragem referente às expectativas de inflação e o câmbio mais depreciado vêm afetando as projeções para o IPCA no horizonte relevante da política monetária. Nesse sentido, a maior resiliência da atividade doméstica e o componente da inflação relacionado a serviços reforçam o tom de cautela o colegiado.

De forma detalhada, entre as reuniões do Copom houve uma elevação sobre a expectativa mediana do IPCA em 2024 e 2025. Além disso, a taxa de câmbio médio desde a reunião passada aumentou significativamente, passando de R$/US$ 5,30 para R$/US$ 5,55. Adicionalmente, a questão fiscal ainda é um elemento de incertezas para o mercado, fato que tem impactado os preços dos ativos e as expectativas dos agentes. Dessa forma, foi reforçado que o compromisso com a sustentabilidade fiscal é fator primordial para a ancoragem das expectativas de inflação e redução dos prêmio de risco.

Considerando o comunicado um pouco mais duro e o conjunto de informações trazidas pelos principais indicadores econômicos, reforçamos a perspectiva de manutenção da taxa básica de juros no atual patamar até o segundo semestre do próximo ano, o que deverá levar a Selic para 9,75% no fim de 2025.

O que é a taxa Selic?

A taxa Selic é o nome que se dá a taxa básica de juros do Brasil. A sigla vem de Sistema Especial de Liquidação e de Custódia, em que a Selic é a referência para definir as demais taxas de juros em todo país. A taxa é a maior ferramenta de política monetária em países que usam o sistema de meta de inflação, porque a variação de juros tem uma influencia direta em grandes indicadores da macroeconomia. Por isso, a cada 45 dias, o Copom se reúne para debater a manutenção dos juros de acordo com as estratégias para manter o país dentro da meta de inflação.

Fonte: InvesTalk