Desafios da Gig Economy: sub-bancarização na força de trabalho brasileira

Os bancos enfrentam dificuldades para incluir 21 milhões de pessoas do grupo

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Com a proliferação dos serviços sob demanda oferecidos por plataformas como Uber e iFood, a Gig Economy tem se expandido, envolvendo mais de 21 milhões de brasileiros na força de trabalho, conforme indicado pela 1datapipe, uma empresa especializada em soluções analíticas com inteligência artificial para insights do cliente e avaliação de risco para crédito. Segundo a pesquisa realizada, 50% dessa população está sub-bancarizada, o que significa que enfrentam restrições no acesso a serviços financeiros que não atendem adequadamente às suas necessidades. A informalidade presente nesse cenário pode explicar os desafios enfrentados na análise para aprovação de serviços, um problema que a 1datapipe busca solucionar por meio de uma avaliação de pontuação mais precisa, utilizando técnicas de Inteligência Artificial.

A FGV Direito SP define a Gig Economy como um ambiente de negócios em que ocorre a intermediação do trabalho humano por meio de plataformas digitais, caracterizado por contratos flexíveis, de curta duração e remuneração baseada em tarefas realizadas. Apesar de ser a principal fonte de renda para muitos, a informalidade desse modelo de trabalho traz desafios para aqueles que buscam se integrar plenamente na economia financeira.

Carey Anderson, CEO da 1datapipe, destaca que embora a renda proveniente dessas plataformas digitais seja suficiente para demonstrar capacidade de pagamento e poder de compra, a falta de informações associadas à informalidade impede os trabalhadores de acessarem uma variedade maior de serviços financeiros. Anderson explica que os sistemas tradicionais de avaliação de crédito muitas vezes não conseguem encontrar dados suficientes para aprovar clientes em potencial, resultando em casos nos quais indivíduos com renda substancial não são aprovados para receber ofertas bancárias.

Essa disparidade entre o potencial consumo de serviços financeiros e a utilização efetiva dos mesmos é conhecida como sub-bancarização, resultando em perdas de receita para bancos e instituições financeiras. Atualmente, mais da metade da população envolvida na Gig Economy no Brasil enfrenta fortes níveis de sub-bancarização, ou seja, poderiam utilizar serviços financeiros com segurança, mas não são aprovados pelas análises tradicionais de crédito.

É esperado que as instituições financeiras adotem novas tecnologias capazes de superar esses falsos negativos, permitindo que uma parcela apta a cumprir com as obrigações tenha acesso aos serviços. Com o avanço da Inteligência Artificial, novas ferramentas podem analisar dados anteriormente ignorados nos processos tradicionais, reduzindo a taxa de sub-bancarização e mitigando os riscos de fraudes e inadimplência enfrentados pelas instituições.

Anderson destaca que recentemente a empresa desenvolveu uma tecnologia baseada em uma extensa e robusta base de dados, capaz de realizar uma análise precisa de 97,8% de todos os trabalhadores formais e informais no mercado brasileiro. Essa tecnologia acessa informações como histórico de pagamentos, localização estimada e até mesmo perfis de redes sociais vinculados ao nome do indivíduo.

Por meio de uma chamada de API, os analistas podem obter insights gerados por IA em questão de segundos, recebendo um extenso relatório do perfil pesquisado, incluindo recomendações sobre possibilidade de fraude, risco de inadimplência, potencial de bancarização da pessoa, estilo de vida e dados geográficos.

“A evolução dessas ferramentas de análise de perfil exemplifica como a ciência de dados e a tecnologia de IA são aliadas poderosas rumo à inclusão financeira. Essa integração não apenas aumenta a confiança dos tomadores de decisão em suas escolhas, mas também impulsiona as instituições em direção a um futuro no qual cada cliente é reconhecido, compreendido e capacitado no ecossistema financeiro,” conclui o CEO.

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