Destino dos dividendos extraordinários da Petrobras (PETR4): pagamento de impostos em pauta

Petrobras considera acordo para encerrar disputas fiscais, com possível desembolso de R$ 21 bilhões

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Parte dos R$ 43,9 bilhões da Petrobras (PETR4) pode ser destinada ao pagamento de impostos. Acionistas da Petrobras (PETR4) podem ter uma parte dos R$ 43,9 bilhões esperados em dividendos extraordinários redirecionados para quitar obrigações fiscais. Essa possibilidade ganhou destaque após o governo federal anunciar, na última sexta-feira, uma consulta pública sobre a adesão de empresas com questões tributárias em aberto.

O governo propõe conceder descontos sobre valores devidos em Imposto de Renda, Cide, PIS/Cofins, em troca da desistência de disputas jurídicas que poderiam se prolongar por anos. A Petrobras, em comunicado ao mercado na segunda-feira, admitiu considerar a adesão a esse programa, levantando preocupações sobre o impacto em sua capacidade de distribuir dividendos extraordinários a curto prazo.

A empresa enfrenta cerca de R$ 53 bilhões em disputas fiscais relacionadas a contratos de arrendamento de plataformas, que poderiam ser incluídos no programa de descontos proposto. As empresas que aderirem terão duas opções: um desconto de 60% sobre o valor devido, com pagamento antecipado de 30% do total e o restante em 6 parcelas mensais; ou um corte de 35% sobre o valor original, com 10% pagos à vista e o restante em 24 parcelas mensais.

Caso opte pela primeira alternativa, a Petrobras teria um desembolso total de aproximadamente R$ 21,2 bilhões. A decisão final dependerá da avaliação dos comitês internos da empresa, que analisarão a viabilidade econômica do acordo. Em contrapartida, o governo sugeriu que metade dos R$ 43,9 bilhões retidos em dividendos extras há quase um mês seja distribuída pela empresa.

A possibilidade de acordo dividiu opiniões. O BTG Pactual considerou que a opção poderia fazer sentido financeiro, mas os investidores provavelmente veriam o acordo como desvantajoso, pois reduziria os dividendos potenciais. No entanto, o pragmatismo do governo em anular obrigações fiscais com potencial impacto na empresa foi reconhecido. O BTG Pactual manteve a recomendação de compra para as ações da Petrobras, destacando seus fortes fundamentos financeiros e a perspectiva positiva para dividendos extraordinários no futuro.

 

Fonte: Inteligência Financeira

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