O furacão Milton é filho do Atlântico Norte superaquecido com uma atmosfera turbinada. Um casamento tão explosivo que gerou ainda dois outros furacões ativos simultaneamente a Milton. Foram batizados de Kirk, que ruma para a França; e Leslie, que deve se transformar numa tempestade tropical e não chegará à terra. Essa é a primeira vez que há três furacões simultâneos na bacia do Atlântico depois de setembro.
O fenômeno tem dimensões tão colossais que foi flagrado do espaço, pela câmara Epic, a bordo do satélite DSCOVR (Deep Space Climate Observatory), da Nasa, que está a 1,5 milhão de quilômetros da Terra — ou cerca de quatro vezes a distância até a Lua. A imagem foi captada no dia 6, quando Milton ainda não havia evoluído para um furacão de categoria 5.
O meteorologista Phil Klotzbach, da Universidade do Colorado, disse que não existe registro do tipo desde o início da base de dados do Centro Nacional de Furacões dos EUA (NHC, na sigla em inglês), iniciada em 1851. Brian McNoldy, da Universidade de Miami, disse à Nasa que o Atlântico está quente tanto na superfície quanto em águas mais profundas, o que dá aos furacões imensa energia.
Em menos de 24 horas, do dia 6 para o dia 7, Milton teve uma intensificação explosiva e se tornou um furacão de categoria 5. Chegou a baixar para a 4, mas retomou a força e a previsão é que tocará o solo da Flórida hoje à noite como um monstro de categoria máxima.
Milton concentra a atenção, mas é mais novo que Kirk. Esse último se formou no fim de setembro, no leste do Atlântico Tropical e chegou a ser um gigante de categoria 4. Porém, ficou no mar. Esta semana, ele caiu para a categoria 2 e se deslocou para o norte da bacia, se transformando num ciclone extratropical. E é dessa forma, ainda com ventos superiores a 100 km/h, que ele deve chegar hoje à França.
Leslie é um furacão menor, de categoria 1, formado em 4 de outubro. E, portanto, também mais “velho” que Milton. Ele está no oceano, a oeste de Cabo Verde, na África. Segundo a Nasa, Leslie deve se desintegrar sem chegar a tocar a terra.
Fonte: O Globo