Preocupações com as finanças levam 82% dos brasileiros a mudar hábitos de consumo

Consumidor nacional se demonstra preocupado com o cenário econômico global, agravado por elementos como conflitos externos e picos inflacionários

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82% dos brasileiros estão preocupados com suas finanças e as razões para a preocupação, que ultrapassa a média global (80%), se desdobra entre três principais motivos: conflitos geopolíticos, como o confronto que se estende entre Rússia e Ucrânia, pressões inflacionárias e interrupções nas cadeias de suprimentos, aponta um levantamento realizado pela EY-Parthenon.

A pesquisa aponta que as preocupações são refletidas por números, principalmente pelos preços encontrados pelos consumidores em busca de serviços essenciais para o dia-a-dia. 79% dos entrevistados disseram ter notado uma alta nos preços dos combustíveis, enquanto 78% citaram o aumento do preço dos alimentos frescos e embalados. Outros 78% destacaram a alta em produtos básicos da cesta alimentícia, como trigo e arroz.

Neste cenário, a redução de gastos está se transformando em uma tendência cada vez mais significativa. O levantamento aponta que 54% dos brasileiros já passaram a cortar do carrinho os itens não essenciais, enquanto 45% estão investindo em marcas mais baratas para reduzir custos, seguindo uma tendência muito observada no mercado latino-americano em 2023.

Um estudo divulgado pela Kantar em julho aponta que a instabilidade econômica regional está reduzindo a fidelidade dos consumidores às grandes marcas. O levantamento da EY-Parthenon confirma o movimento: 63% dos respondentes afirmam que as marcas próprias estão satisfazendo suas necessidades tão bem quanto os produtos de marcas mais conhecidas. Outros 66% afirmam estar encontrando marcas regionais com mais frequência na altura dos olhos nas prateleiras das lojas.

 

Gastos por classes

As incertezas quanto ao cenário econômico estão afetando brasileiros de todas as classes sociais. Segundo a EY, as classes D/E apresentam aumento de intenção de gastos em comidas frescas (33%) e atividades recreativas (27%). Já entre a classe média, os itens que apresentaram uma maior intenção de gasto foram as comidas frescas (38%) e os gastos com férias e feriados (30%).

Para ambas as classes, a projeção indica a tendência de redução de gastos para os demais grupos de produtos, com destaque para tabaco (77%), artigos considerados de luxo (63%) e bebidas alcoólicas (60%).

As classes A e B apresentaram uma maior propensão de gastos com uma cesta mais variada de itens sugeridos pela pesquisa, como comidas frescas (50%), férias e feriados (44%), atividades recreativas (35%), casa e limpeza (32%) e roupas e sapatos (28%).

Por outro lado, a exemplo do cenário registrado nas outras classes, produtos como tabaco (58%) e artigos de luxo (57%) também são os grupos com maior intenção de redução de gastos.

 

Fonte: Mundo do Marketing

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