Saúde incorpora novo medicamento para tratamento de fibrose cística no SUS

Estimativa da pasta é que 1,7 mil pessoas possam ser beneficiadas com a incorporação do medicamento ao SUS

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A ministra da Saúde, Nísia Trindade, assinou nesta terça-feira (5/9) uma portaria que inclui a terapia tripla elexacaftor/tezacaftor/ivacaftor para o tratamento de fibrose cística no Sistema Único de Saúde (SUS). O medicamento já recebeu recomendação favorável da Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no Sistema Único de Saúde (Conitec), por trazer benefícios clínicos importantes, como a melhora da função pulmonar e do estado nutricional, com consequente redução das internações hospitalares e retirada do paciente da fila de transplantes.

O medicamento, segundo a pasta, será indicado para pacientes com 6 anos de idade ou mais que tenham pelo menos uma mutação F508del no gene CFTR, mais comum entre os que vivem com a doença. De acordo com o Registro Brasileiro de Fibrose Cística, há a estimativa de que 1,7 mil pessoas estejam elegíveis ao tratamento. Assim, a medida da Saúde elimina a necessidade de judicialização do acesso ao medicamento, por ter conseguido valor compatível para compra.

Em anúncio da incorporação do novo medicamento no SUS, Trindade reafirmou a visão de que as tecnologias são incorporadas ao SUS com o compromisso de acesso. “Essa incorporação tem a ver com a possibilidade de dar vida e qualidade de vida. A gente pode pensar muito mais a partir do dia de hoje. Podemos pensar com uma colaboração para a expansão deste e de outros medicamentos. Aqui, de fato, no SUS, orientados por essa visão, é um jogo de ganha-ganha e acho que hoje é uma demonstração muito eloquente disso”, afirmou Trindade.

Segundo o Ministério da Saúde, o SUS conta com uma rede estruturada que permite rastreamento, diagnóstico precoce, monitoramento e assistência aos pacientes, sendo 75% deles menores de 18 anos de idade, dada a mortalidade precoce dos acometidos pela doença no Brasil.

Por se tratar de uma condição genética e rara com uma prevalência estimada em 1 a cada 10 mil nascidos vivos no país, a fibrose cística não pode ser adquirida ao longo da vida. Desse modo, o Teste do Pezinho é o responsável pelo diagnóstico precoce.

 

O que é a fibrose cística

A fibrose cística é uma doença genética grave, caracterizada clinicamente pelo excesso de produção de muco espesso no pulmão, o que provoca quadros frequentes de inflamação brônquica e infecção pulmonar, com comprometimento progressivo da função dos pulmões. Essa secreção também pode ocasionar diminuição de função do pâncreas e outros órgãos do trato digestivo. O tratamento padrão é baseado no controle dos sintomas da doença. Cerca de 4,3 mil pessoas com fibrose cística recebem tratamento medicamentoso pelo SUS atualmente.

O novo tratamento atua na causa base, normalizando a produção e eliminação do muco das vias respiratórias, diminuindo a inflamação, melhorando a função pulmonar e diminuindo exacerbações e infecções recorrentes. O prazo para disponibilização do medicamento é de 180 dias a partir da publicação da portaria no Diário Oficial da União.

*Com informações do Ministério da Saúde

 

Fonte: JOTA

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