Alinhada à Rússia com a qual celebrou recentemente laços de amizade sem limites, a China fez, ontem, duras críticas ao papel de Washington na crise ucraniana, acusando o governo Joe Biden de alimentar a tensão no leste europeu após anunciar punições contra Moscou.
“A questão-chave é saber qual papel os Estados Unidos desempenham. Alguém que joga lenha na fogueira e acusa os outros assume uma postura imoral e irresponsável”, disparou Hua Chunying, porta-voz do ministério chinês das Relações Exteriores.
Sanções contra a Rússia
Nos últimos dois dias, Estados Unidos, União Europeia, Reino Unido e outros países adotaram medidas contra Moscou, dirigidas, principalmente, a bancos, oligarcas e deputados, em resposta ao reconhecimento da independência de Donetsk e Lugansk, regiões separatistas do leste ucraniano. A mais contundente foi a decisão de Berlim de congelar a certificação do gasoduto Nord Stream 2. Já concluído, ele aumentaria o fluxo de energia da Rússia para a Alemanha.
Ontem, Joe Biden anunciou ações também contra a empresa responsável por operar o gasoduto. A Rússia, por sua vez, prometeu uma reação vigorosa à ofensiva americana.
“Que não haja qualquer dúvida: haverá uma resposta forte a essas sanções, não necessariamente simétricas, mas bem calculadas e dolorosas para os Estados Unidos”, declarou a chancelaria russa, em um comunicado.
“Os interesses e a segurança de nossos cidadãos não são negociáveis para nós”, declarou o líder do Kremlin, em um breve discurso exibido na televisão por ocasião do Dia do Defensor da Pátria. “Nosso país está sempre aberto a um diálogo direto e honesto para encontrar soluções diplomáticas aos problemas mais complexos”, afirmou.
Desdobramentos
“Os Estados Unidos não param de vender armas para a Ucrânia, aumentando a tensão e criando pânico”, criticou, indagando, em seguida, se “eles já pensaram nas consequências de encurralar uma grande potência”. Respondendo a uma pergunta sobre a possibilidade de a China impor punições à Rússia, Hua acrescentou que “elas nunca foram um meio eficaz para resolver problemas”.
Papa pede moderação
“Peço a todas as partes envolvidas que se abstenham de realizar ações que possam provocar ainda mais sofrimento nos povos”, ressaltou o pontífice, após sua audiência semanal.
Fonte: Diário de Pernambuco