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A empregabilidade de profissionais LGBTQPIA+ nas empresas brasileiras ainda demanda avanços

Liliane Rocha reforça que a valorização da diversidade ajuda a reduzir as desigualdades e garante que essa população tenha acesso aos seus direitos básicos

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O Mês do Orgulho LGBTQPIA+ tem por objetivo a reflexão e conscientização sobre a garantia e a efetiva aplicabilidade de
direitos essenciais dessa população. A Declaração Universal dos
Direitos Humanos de 1948 diz que todo ser humano, sem qualquer
distinção, tem direto de acesso ao trabalho.

Estimativas apontam que a população LGBTQPIA+ no Brasil é composta
por cerca de 20 milhões de pessoas, ou seja, 10% da população. Apesar
da inclusão da diversidade estar ganhando espaço dentro das empresas,
ainda há um vasto caminho a ser percorrido quando falamos de
valorização.

“Representar a mesma demografia de um país dentro do
quadro funcional de empresas e instituições é o parâmetro mais
próximo que podemos chegar de igualdade e justiça social, o que não
ocorre nas empresas nacionais”, explica Liliane Rocha, CEO e Fundadora
da Gestão Kairós – Consultoria de Sustentabilidade e Diversidade.

A consultoria aplicou um Censo Demográfico em empresas clientes e
constatou que, na média da amostragem geral, cerca de 6% dos(as)
profissionais são lésbicas, gays e bissexuais e 0,4% são transgênero
(travestis ou transexuais) no quadro geral das empresas, e na liderança
– nível gerente e acima -, 1,21% e 0,08% respectivamente.

Ainda dentro do Censo da Gestão Kairós, quando os respondentes foram
perguntados se percebem na empresa a valorização da diversidade sexual
dos(as) profissionais, o indicador da média mostrou que 38% de
profissionais autodeclarados lésbicas, gays, bissexuais e transgênero
não percebem a valorização em relação ao próprio tema.

“Nas interações com o mercado e nos estudos que a Gestão Kairós
aplica em seus clientes, é comum termos profissionais que se
autodeclaram gays, lésbicas, bissexuais ou transgênero durante os
diálogos individuais. Isso mostra como as pessoas do mundo corporativo,
em particular as pessoas LGBTQPIA+, anseiam por um mínimo de abertura
ou oportunidade para conseguirem enfim externalizar essa parte tão
fundamental sobre si mesmas, e muitas vezes essa abertura vem da
Consultoria”, afirma Luís Eduardo F. Oliveira, Relações Públicas e
Analista de Diversidade e Comunicação.

Além disso, no que se refere às empresas, Liliane Rocha acredita que a
falta de conhecimento sobre diversidade sexual também é um dos
principais entraves para o avanço dessa inclusão. “As pessoas não
compreendem as diferenças entre o sexo biológico do nascimento, a
expressão, a orientação sexual e a identidade de gênero. Em geral,
notamos que lésbicas, gays, bissexuais e transgêneros seguem não
sendo contratados pelas empresas ou, se estão sendo contratados, não
se sentem confortáveis em declarar a sua orientação sexual e
identidade de gênero”, diz.

Nesse caso, a especialista acredita que o ideal é que as grandes
empresas passem a criar Programas de Diversidade apoiados por
especialistas, pois só assim vão garantir, realmente, que os
profissionais LGBTQPIA+ têm o direito básico a emprego e renda e
oportunidades de desenvolvimento. “Muitas empresas têm lançado mão de
práticas de Lavagem da Diversidade para ganharem a simpatia do mercado
e conquistarem consumidores para suas ‘iniciativas‘, mas da porta para
dentro pouco fazem realmente para incluir ou valorizar os profissionais
dos grupos de diversidade. Esse é um trabalho que exige planejamento de
médio e longo prazo e tem que ser contínuo, não basta só trabalhar
em datas comemorativas, a valorização da Diversidade tem que estar na
estratégia de negócios das empresas, só assim vamos avançar
efetivamente”, finaliza Liliane Rocha.

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